Ação criminosa em sistemas de informática da PMA não está descartada

Nota fiscal eletrônica só foi reestabelecida no final da tarde de sexta-feira, 27 de novembro
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Nota fiscal eletrônica só foi reestabelecida no final da tarde de sexta-feira, 27 de novembro
Nota fiscal eletrônica só foi reestabelecida no final da tarde de sexta-feira, 27 de novembro

Depois de quase uma semana de um verdadeiro caos em vários sistemas de informática da Prefeitura, o setor de tecnologia da informação da Secretaria Municipal de Planejamento (SMPL) conseguiu reestabelecer os programas no final da tarde da última sexta-feira, 27 de novembro.

Com isso, a emissão de notas fiscais eletrônicas na cidade, que estava inacessível às empresas locais desde o dia 24 de novembro, voltou a ser possível. Outros sistemas, como o de agendamento de consultas e exames da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), o de emissão de empenhos, contabilidade e tributário, da Secretaria Municipal de Finanças (SMFI), também já voltaram a funcionar.

O reestabelecimento dos sistemas, no entanto, não encerra a questão. Isto porque pode ter havido uma ação deliberada externa com o intuito de prejudicar o Município. Traduzindo: algum hacker pode ter tentado invadir os softwares da Prefeitura, causando a pane. Além disso, o problema causou a perda de vários dados que ainda não haviam sido salvos nos servidores físicos da SMPL. “As informações geradas nesses sistemas são salvas primeiro em ambiente virtual e posteriormente nos servidores físicos. Quando houve a pane se perdeu os dados que estavam em ambiente virtual”, explicou o secretário de Planejamento, Marcio Villela.

Ainda segundo Marcio, durante toda a semana passada, o esforço se concentrou em reestabelecer o sistema. Agora, o trabalho se volta na busca da restauração dos dados perdidos e no suporte aos usuários dos programas. Embora a possibilidade de uma ação criminosa esteja sendo aventada dentro da Prefeitura, o secretário diz que é prematuro para confirmar ou não a informação. “Estamos com técnicos da Celepar nos auxiliando no diagnóstico do que realmente aconteceu e tão logo isto esteja concluído é que vamos tomar outras providências”, comenta.

Ainda conforme apurou O Popular, como forma de se resguardar, a Procuradoria Geral do Município (PGM) teria ficado responsável em registrar um boletim de ocorrências junto à Delegacia especializada na investigação de crimes cibernéticos, localizada em Curitiba.

A suspeita de ação deli­berada para derrubar os sistemas da Prefeitura se dá por vários motivos. Um deles é que o que causou a sobrecarga nos “HDs virtuais” teria sido uma reação do próprio software, que começou a se duplicar até causar a pane. Acontece que esta duplicação seria uma espécie de medida de proteção que o próprio sistema toma quando sofre uma ameaça de invasão. Ou seja, ao detectar que ele está sofrendo uma invasão, o programa começa a se salvar, de modo a preservar os dados. O problema é que, sabe-se lá porque, esta duplicação aconteceu várias vezes, de modo a sobrecarregar a própria memória e causar a pane. Outra suspeita é a data em que o problema aconteceu: 24 de novembro, exatamente quando é rodada a folha de pagamento do funcionalismo municipal e o período do mês em que a emissão de notas fiscais por parte das empresas é intensificada. No caso do funcionalismo, acabou que, mesmo sem o sistema que empenha a folha funcionar, o salário dos servidores foi pago. Agora, imagine se os servidores ficassem sem receber? Sem a mesma sorte, porém, os estabelecimentos locais e os pacientes das unidades de saúde não tiveram muita alternativa e viram suas rotinas prejudicadas pelo problema.

Texto: Waldiclei Barboza / FOTO: REPRODUÇÃO

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