O homem-pássaro define seu som como garage blues trash punk
É um homem ou um pássaro? Uma banda ou um rapaz só? Kleber Rogério Januário, 20 anos, pode ser isso e aquilo ou até mesmo os dois ao mesmo tempo, basta ele entrar no espírito ou permitir que deixem entrar nele. O garoto de Araucária se envolve com música desde os 15 anos, quando foi vocalista da banda Nachos Grandes: “Aí a banda acabou e eu entrei para a banda ‘Cavalo Baio e os Pinho’ que toca até hoje, estamos gravando um disco”, conta sobre sua trajetória. Mas foi em um show em Curitiba que as coisas começaram a mudar para Kleber, foi ali que um tal de Thee Alien Black Bird começou a invadir sua rotina. “Ano passado vi um músico tocar todos os instrumentos sozinho em Curitiba e sou muito metido e pensei: Se ele pode eu também posso”, conta aos risos, e completa: “Não sou baterista, meu instrumento é guitarra, mas peguei e fui descolando instrumentos: bumbo, caixa, chimbal, kazoo. Achei que ia demorar mais tempo para aprender, mas fui gostando tanto e todo dia ia tocando que quando vi já estava com várias músicas próprias para esse projeto e várias versões de artistas nacionais e estrangeiros”.
Mas foi aí que houve uma interferência, um certo ser de outro planeta que foi lançado na terra veio compor o novo projeto de Kleber. “Comecei a fazer as músicas e estava gostando de falar muito de temática alienígena e também sobre quadrinhos. Percebi que eu tive um sonho e nesse sonho eu vi meu planeta natal e nesse planeta eu usava uma máscara dessas”, afirmou apontando para uma bela máscara de pássaro feita de papel machê por um amigo. “Eu aderi a essa pessoa, ele é o homem banda. É bem parecido comigo, mas é mais chato, eu sou mais acessível. Ele gosta de fazer tudo sozinho, eu tenho bandos, ele não”, revela Kleber. O músico conta que o homem-pássaro ou homem-banda é muito revoltado com o que aconteceu com ele: “No sonho eu descobri tudo, ele foi morto pela mulher dele, que era o rei woman band, mas a mulher queria ser rainha sozinha. Ele é o homem pássaro, porém perdeu as asas nesse percurso até a Terra, não é agradável ser jogado daquele planeta até aqui”, relata, rindo.
E foi dessa fusão de Kleber com um ser de outro planeta que nasceu o Thee Alien Black Bird. O encontro deu tão certo que rapidamente as músicas foram produzidas e nessa segunda-feira, dia 28, foi lançado o primeiro E.P. online da banda, ou melhor dizendo, do homem, melhor ainda, daquele ser que toca todos os instrumentos: “É um disco virtual, não chega a ser um cd pelo tempo de duração. São oito músicas lançadas, fechando 14 minutos”, afirma. Como contou, a internet facilita o acesso das pessoas às músicas, para ele, que passa o dia todo fuçando e procurando novos repertórios e referências, o veículo foi uma perfeita porta de entrada. Mas até no formato ele quer se diferenciar, além da divulgação online, Thee Alien Black Bird também quer gravar seu som nas esquecidas fitas K-7: “Se é pra ser estranho, tem que ser estranho de verdade”, se diverte.
A música
Influenciado por bandas nacionais como Raul Seixas, Os Jovens, Laboratório SP, Modulares, e internacionais como Thee Headcoats, Billy Childish e Ramones, o E.P. é lançado no estilo que o músico define como: garage blues trash punk. Quem quiser conferir o som basta acessar a página: www.soundcloud.com/theealienblackbird ou entrar no facebook na página: http://www.facebook.com/theealienblackbird. Vídeo-clipes também estão sendo gravados e lançados e, para isso, o homem-banda conta a parceria de amigos como Jhonny Castro, Everson Santos e Lely Czelusniak. Para quem ainda quer ver, ouvir e definir o que sente vendo um homem tocar uma banda todinha, a primeira oportunidade está marcada para o dia 17 de fevereiro: “Será um show gratuito no QG Rock Bar das 15h às 20h. Vai rolar também discotecagem. E novas músicas vão ser lançadas daqui uns dias!”, convida a galera.