Aluno com transtorno gera tumulto

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Parte dos alunos da Escola Municipal Profª. Eglé Cordeiro Machado Pinto, no bairro Capela Velha, estão vivendo dias de muito medo. Uma criança de nove anos, que estuda na instituição e que, segundo a direção, apresenta transtornos psicológicos, está fazendo ameaças, batendo nos coleguinhas e bulinando as meninas.

A mãe de um aluno, que preferiu não se identificar, entrou em contato com o Jornal O Popular, para denunciar a situação. Ela conta que seu filho não está indo para a escola por medo do agressor. “Meu filho já sofreu várias agressões deste garoto, mas a gota d’água foi quando ele apanhou e ficou todo machucado. Ele chora muito quando lembra do que ocorreu e está apavorado, com muito medo de voltar pra escola”, relatou a mãe.

A mãe contou ainda que outros pais já se reuniram e foram até a direção da escola pedir que seja tomada uma providência, mas o menino continua na escola e apavorando todo mundo. “A diretora está sem saber o que fazer porque não pode expulsar o garoto, a professora dele chora porque se sente impotente diante de tal situação, e nós pais, não queremos mais que nossos filhos fiquem sendo ameaçados, pois qualquer dia desses pode acontecer coisa pior”, lamentou a mãe. Ela falou ainda que já entrou em contato com a Ouvidoria da Secretaria Municipal de educação (SMED), mas não teve retorno e que também tentou registrar um boletim de ocorrência na Delegacia local, mas foi orientada a levar seu filho para o IML de Curitiba, fazer o exame de corpo delito. “Ainda não consegui fazer isso, mas espero que não seja necessário”.

A diretora da escola, Solange Ritter da Rocha, disse que o menino apresenta transtornos psicológicos, já passou por uma avaliação e foi diagnosticado com ‘síndrome da perseguição’. Ela conta que trata-se de uma criança com problema, já está frequentando o psicólogo e o Centro de Atendimento Educacional Especializado – Transtorno Global do Desenvolvimento (CAEE-TGD), mas precisa de medicação para conter os surtos que está apresentando.

“O problema é que somente um psiquiatra infantil pode prescrever o remédio, e não temos este especialista na cidade. Estamos de mãos atadas, quando ele apresenta os surtos, o tiramos da sala de aula para proteger os demais alunos, mas jamais poderemos expulsá-lo da escola, isso vai contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. Estamos brigando, junto com os pais dele, para que a Prefeitura nos ajude com uma solução. Enquanto isso, precisamos da colaboração dos demais pais, mesmo entendendo a preocupação deles com a segurança dos filhos”, comentou.

O que diz a Saúde
A Prefeitura de Araucária informa que nenhum caso de saúde deixa de ser atendido, mesmo quando não há profissional da área no município. Se o município não oferece o serviço, o usuário é encaminhado para uma unidade referência da Regional de Saúde. No caso do aluno citado, ele está sendo atendido por psicólogo, terapeuta ocupacional e psiquiatra no Centro de Psiquiatria Metropolitano, em Curitiba, unidade referência em Saúde Mental Infantil para Araucária. Importante destacar também que cabe somente aos profissionais da Saúde a prescrição de medicação e de como será o acompanhamento de cada caso.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) explicou que Araucária já conta com estruturas como o Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS 2) e o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD) e que o próximo passo deve ser a implantação de um CAPS Infantil. Este ano, uma portaria do Ministério da Saúde passou a autorizar a implantação dessa estrutura em municípios com menos de 200 mil habitantes (que era uma antiga exigência).

Já a Secretaria Municipal de Educação (SMED) informou que toda atenção está sendo dada ao aluno e todos os encaminhamentos estão sendo feitos. A criança frequenta o Centro de Atendimento Educacional Especializado – Transtorno Global do Desenvolvimento (CAEE-TGD), coordenado pela SMED/Educação Especial, onde recebe apoio com foco pedagógico. A coordenação do CAEE-TGD já esteve na escola em que a criança estuda, inclusive com a família dele, que também recebe apoio.
 

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