Gastroenterologista da Clínica São Vicente alerta para os perigos das hepatites

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Gastroenterologista da Clínica São Vicente alerta para os perigos das hepatites
Dra Katia diz que o diagnóstico precoce é importante para o tratamento da hepatite. Foto: divulgação

Para levar informação e sensibilizar a comunidade sobre um grave problema de saúde, que acomete milhões de pessoas em todo o mundo, é comemorado em 28 de julho, o Dia Mundial de Combate à Hepatite. Trata-se de uma inflamação no fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias, outros microorganismos, medicamentos, álcool, até causas mais raras. A médica Katia Cristina Kampa, especialista em Gastroenterologia, Clínica Médica e mestre em Medicina Interna, que atua na Clínica São Vicente, em Araucária, explica que o diagnóstico precoce da hepatite favorece o tratamento e acompanhamento, prevenindo muitas vezes a cirrose hepática e o câncer de fígado. “É preciso estar atento porque a hepatite pode se manifestar com diversos sintomas, conforme sua origem. Os mais comuns são cansaço, dor abdominal, náuseas, icterícia (pele, mucosas e olhos amarelos), acolia (fezes esbranquiçadas), colúria (urina escura como chá mate), alterações de coagulação e pode, inclusive, evoluir para uma forma grave, que é a hepatite fulminante, necessitando de transplante hepático. Em outros casos, pode evoluir para óbito”, alerta a médica.

Algumas causas de hepatite têm o componente genético associado, mas as virais não são consideradas hereditárias e as mais frequentes são as dos tipos A, B e C. “A hepatite A geralmente é assintomática, autolimitada, alguns pacientes podem ter a icterícia, fadiga, ou outros sintomas. É de transmissão oral-fecal, então a pessoa se contamina com água ou alimentos contaminados. Já as hepatites B e C são transmitidas por contato com sangue ou secreções contaminadas, por exemplo, relação sexual sem proteção, transfusão de sangue contaminado, contato com agulhas ou materiais pérfuro- cortantes contaminados e transmissão materno-fetal”, elucida.

Diagnóstico

De acordo com a Dra Katia, o diagnóstico da hepatite é feito através de exames laboratoriais, para avaliação da inflamação do fígado e da função hepática, além de sorologias para pesquisa dos vírus que possam causar a hepatite. Exames de imagem como ultrassom de abdômen podem complementar o diagnóstico. Quando detectada a doença, o paciente deve iniciar o tratamento, para evitar problemas maiores. “A esteatose hepática, por exemplo, é causada pelo depósito de gordura no tecido hepático. Ocorre devido ao aumento de peso corporal, sedentarismo, maus hábitos alimentares. Ela pode evoluir para a esteatohepatite, ou para uma fibrose hepática e em casos mais graves, pode progredir para cirrose hepática”, alerta.

Com relação ao tratamento indicado, ela orienta que no caso da hepatite A, o tratamento é suporte e a maioria evolui bem sem ele. As hepatites B e C são tratadas com medicações anti-virais para cada tipo, inclusive o tratamento está disponível pelo SUS. As outras doenças hepáticas tem tratamento específico, conforme a etiologia. “Importante lembrar que as hepatites têm prevenção. As hepatites A e B tem vacina. As hepatites B e C podemos prevenir usando materiais esterilizados, controle em bancos de sangue (que já são feitos), relação sexual com camisinha, evitar consumo excessivo de álcool, evitar drogas, ervas ou substâncias tóxicas ao fígado, praticar atividade física, dieta saudável e controle de peso. É essencial fazer exames de rotina para avaliação da saúde geral e hepática”, diz a médica.

Araucária

Em Araucária, a rede pública de saúde oferece testes rápidos e gratuitos, nas Unidades Básicas (UBSs), para detecção das hepatites B e C. Os testes também podem ser realizados no SOA/CTA (Serviço de Orientação AIDS e Centro de Testagem e Aconselhamento). Basta uma picada no dedo para coletar o sangue e em, no máximo, 30 minutos o resultado fica pronto.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1272 – 29/07/2021

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