Reconstrução de pontes

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Ao longo de 23 anos de história, O Popular do Paraná – mais do que noticiar os fatos que tem como palco os 460 quilômetros quadrados de Araucária – se tornou especialista em analisar o contexto político-administrativo desta cidade.

Aprendemos isso não com discursos de ódio. Não com palavras de ordem. Não se alinhando a esse ou aquele político. Não tentando aparecer mais do que o fato. Não desprezando outros atores da notícia. Não desafiando as instituições. Aprendemos, e essa é a palavra-chave aqui (aprender), entendendo que políticos são passageiros (seus feitos não). Da mesma forma, sindicatos são passageiros (seus feitos não). Pessoas são passageiras (seus legados não). Já a imprensa, esta não, esta é contínua. É ininterrupta!

É justamente em respeito ao legado que se quer deixar para gerações futuras que, sempre quando há eventos traumáticos envolvendo atores importantes no contexto político-administrativo de nossa cidade, precisamos parar, respirar e analisar por que diacho chegamos a esta ou aquela ruptura. A Batalha da Bíblia de que foi palco a Praça que abriga a sede do Poder Legislativo na semana passada não é aceitável. O confronto entre representantes de sindicatos de servidores e a Guarda Municipal não é digna da História de Araucária.

Obviamente, não é porque é indigna de nossa História que devamos simplesmente esquecê-la. Muito pelo contrário. Ela é preocupante. Ela é ensurdecedora. Ainda mais quando levamos em conta eventos que se avizinham. A discussão da matéria estopim da Batalha da Bíblia é apenas a primeira de uma série que a Casa de Leis terá que debater no que diz respeito a adaptações previdenciárias e reformas administrativas ao longo dos próximos meses, anos.

E não se quer, não se pode aceitar que as votações que se avizinham tenham o mesmo clima de desrespeito que vimos na semana passada. É o momento de se reconstruir pontes. E não haverá reconstrução de pontes sem diálogo. O diálogo, porém, precisa ser sincero, imbuído de boas intenções. É preciso que todos sejam firmes em seus propósitos, mas saibam também quando recuar, quando admitir que em determinada pauta não haverá consenso e que a luta que muda a vida não é aquela que arranca grades, que quebra janelas, que coloca mulheres e idosos à frente, à espera de uma tapa que possa justificar um discurso. A luta que muda a vida é a aquela do convencimento pelo diálogo, pelo respeito mútuo! Pensemos todos nisso e boa leitura!

Publicado na edição 1278 – 09/09/2021

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