Sobrevivente

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Ao longo das últimas semanas diversos leitores de O Popular entraram em contato conosco sugerindo que fizéssemos uma matéria a respeito de um homem que passava boa parte de seu dia nas proximidades do Condor Novo. Aliás, sua relação com o supermercado é tanta que ele já vem sendo chamado de o “Haitiano do Condor”

Embora o personagem fosse o mesmo, as sugestões de pauta tinham os mais variados ganchos. Alguns queriam que falássemos sobre o fato de o Condor permitir que aquele homem ficasse no estacionamento sem fazer nada. Outros queriam que questionássemos o poder público pelo fato de não fazer nada pelo sujeito. Havia aqueles também que só queriam saber quem era aquela pessoa, de onde ela veio e atrás do que ela está.

Em razão dos vários pedidos e da curiosidade que aquele personagem estava gerando na comunidade local, fomos atrás dele. A matéria pode ser lida na página seis desta edição. E, nela, iremos descobrir que, ao contrário do que muitas pessoas pensavam, o haitiano não passa fome. E, mais incrível ainda, diz estar feliz aqui, levando sua vida de modo, como ele mesmo intitulou, livre.

Casos como o de Genestant Rocheny, este é o nome dele, obviamente, não são inspiradores, mas – precisamos admitir – devem servir para que reflitamos um pouco sobre o modo como levamos nossas vidas, sobre nossas escolhas e assim por diante. Afinal, é um tapa na cara de cada um de nós, que não passa um dia sequer sem reclamar de algo, ouvir de uma pessoa na condição de Genestant que ele está bem e que se sente livre. É óbvio que precisamos levar em conta que ele vem de um país reduzido a praticamente nada após o terremoto de 2010, que vitimou mais de trezentas mil pessoas, e que alguém vindo de um lugar assim tem suas perspectivas reduzidas consideravelmente. Genestant é um sobrevivente do mundo, que talvez tenha chegado a Araucária não somente para refazer a própria vida e sim para mostrar a nós que precisamos rever o nosso conceito de vida. Pense nisso e boa leitura.

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