Vendedores de pinhão esperam um lucro menor neste ano

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Um dos produtos mais tradicionais e procurados pelos moradores do Sul do país durante as estações do outono e inverno é o pinhão, cuja venda está liberada desde o dia 1º de abril. Consumido in natura, em receitas de bolos, sopas, farofas e outros pratos, ele é o queridinho de muitos. Mas infelizmente neste ano de 2022, o pinhão não será encontrado em grande quantidade no Paraná e, consequentemente, os preços serão superiores aos praticados em 2021. A expectativa de diminuição no volume de produção do pinhão tem a ver com diversos fatores, sendo os principais a forte estiagem, a diminuição da área de distribuição do pinheiro araucária e a possível exploração do produto. Em 2020, o preço do quilo do pinhão chegou a R$ 18,00 no varejo, porém, devido a melhora na produção, diminuiu para R$ 12,00 em 2021. Para 2022, a expectativa é que os preços se mantenham no mesmo patamar do ano passado, caso se consolide a safra esperada.

Com a expectativa de uma produção menor este ano, os vendedores de pinhão, que aguardam ansiosos pela época da safra e da liberação da venda, temem prejuízos. É o caso de Claudinei Vendite, que há cerca de 20 anos vende pinhão em uma barraquinha localizada em frente ao Banco do Brasil, no centro de Araucária. “Eu vendo frutas e verduras e quando está na época de pinhão, eu vendo bastante, as pessoas já me conhecem e sabem que eu tenho. Todo ano eu vendo uma média de 500 a 600 quilos por safra, este ano eu ouvi dizer que a produção tá fraca, então eu acredito que as vendas serão bem mais fracas”, diz o vendedor.

A esposa Laudiceia diz que o marido é muito querido por todos, e quando sabem que ele tem pinhão a barraquinha fica lotada. Ela diz que todos na família gostam muito de pinhão e faz questão d usá-lo em muitas de suas receitas. “Faço uma farofa de pinhão que todos adoram”, comenta.

A moradora de Lagoa Grande Bernadete Ukan, que tem muitos pinheiros em sua propriedade e todos os anos colhe muitos quilos, também espera uma queda nas vendas devido a safra menor neste ano.  “Em 2020 vendemos cerca de 800 quilos, ano passado um pouco menos e agora em 2022 acreditamos que a produção seja ainda menor. Com isso o preço tende a subir. Temos muitos compradores que vem até aqui comprar pinhão para revender e nós também levamos até outros compradores de Araucária. 

Bernadete é esposa do agricultor Eduardo Ukan e é na propriedade do casal que está o pinheiro araucária mais antigo da região. “Dizem que esse pinheiro tem pelo menos 500 anos, é uma árvore fêmea, está produzindo pouco pinhão e são bem miúdos”, disse ela.

Vendedores de pinhão esperam um lucro menor neste ano
Foto – Emanoel dos Santos

Texto: Maurenn Bernardo

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