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Araucarienses precisam de doadores de médula óssea
Michel já recebeu a medula do irmão mas teve a rejeição Araucarienses precisam de doadores de médula óssea

Samuel espera viver normalmente como as outras crianças

Ir à escola, brincar com os coleguinhas, jogar bola, correr, passear. Enquanto todas as crianças seguem suas vidas, a de Michel Galize Figuel, 14 anos, e de Samuel Mass de Lima, 4 anos, simplesmente parou. Os dois estão na fila do transplante de medula óssea e correm contra o tempo para salvar suas vidas.

A fila do transplante é gigantesca e muito mais que uma simples lista com nomes de bebês, crianças, jovens e adultos. Quem espera, tem rosto, nome e, sobretudo, uma história. São histórias muitas vezes dramáticas, que dão outro sentido à palavra vida.

O caso de Michel Galize, filhos de Elcio Damião Figuel e Graciele Maria Galize Figuel, que sofre de leucemia linfóide aguda (LLA) é comovente porque vimos o desespero de uma família inteira, parentes e amigos que se mobilizaram em uma espécie de campanha solidária para encontrar um doador de medula compatível com o garoto. São cartazes, mensagens em redes sociais, reportagens em jornais, tudo para sensibilizar as pessoas a serem doadores e aumentar as chances de Michel.

Ele descobriu a doença aos 12 anos e logo iniciou o tratamento com quimioterapia e doença deu uma trégua, mas foi por pouco tempo e voltou com mais força. Então, veio a necessidade de um transplante e felizmente o irmão Pady, era compatível e poderia ser seu doador. O transplante veio, o menino reagiu bem, mas após passado o período crítico, Michel voltou a apresentar sintomas da doença e a triste notícia de que precisaria de uma nova medula. Foi então que o drama na família ganhou mais força, porque Pady já não poderia mais ser seu doador e Michel entrou na fila à espera de alguém compatível.

Pady se emociona ao lembrar do dia do transplante e conta que foi a maior emoção da sua vida doar e tentar salvar a vida do próprio irmão. “As pessoas acham que doar a medula é algo terrível, de muita dor e sofrimento, mas eu, que já passei por isso, posso garantir que é bastante tranquilo, um procedimento rápido, apenas um dia de internação, uma dor totalmente suportável, nada que o sentimento de ter salvado uma vida não possa passar por cima”, conta.

Hoje o garoto está afastado da escola devido à baixa imunidade, mas é sempre paparicado por familiares e amigos. Recentemente o garoto, que é coxa-branca convicto, recebeu uma homenagem emocionante dos atletas do time. Antes da partida com o Rio Branco, o elenco alviverde entrou em campo em mais uma ação do Coritiba Retribui com uma faixa dizendo “Força, Michel! Estamos com você”.

Inclusive o presidente do Coritiba, Vilson Ribeiro de Andrade, o treinador coxa-branca Marquinhos Santos, o ídolo Dirceu Krüger e alguns atletas alviverdes gravaram uma mensagem no último treino no Couto Pereira desejando que Michel se recupere logo e possa acompanhar o Coxa novamente da arquibancada do Couto Pereira, onde é sócio. A mensagem também tem dezenas de depoimentos de familiares e amigos de Michel, desejando muita força ao garoto.

O caso de Samuel
O garotinho Samuel, de apenas 4 anos, é outro guerreiro que luta contra a leucemia (LLA). Os pais do garoto, Raquel Mass de Lima e Edson Lima, também se mobilizaram na tentativa de encontrar um doador de medula que seja compatível com o filho.

A doença do menino foi diagnosticada em fevereiro de 2011, três dias antes do seu anivresário, e logo se iniciou o tratamento (quimioterapia) que duraria 24 meses, mas a doença foi traiçoeira e voltou esta semana. Agora, o transplante de medula óssea é a única esperança de cura para Samuel.

Ele está cadastrado no Rereme – Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea à espera de um doador compatível. Seu caso é muito grave e a família corre contra o tempo atrás de um doador e do valor para pagar a cirurgia do transplante, já que pelo SUS a espera pode durar de 2 a 4 anos, e o Plano de Saúde também não cobre estas despesas.

Da mesma forma que os familiares de Michel, a família de Samuel está divulgando a campanha em redes sociais, e-mails, jornais e entre amigos, para que a lista de doadores de medula cresça e faça aumentar as chances de vida dos dois garotos.

Não precisa ir a Curitiba
Seja você também um doador de medula óssea e aumente as chances de vida do Samuel, do Michel, e de tantas outras pessoas que aguardam na fila do transplante.

Na segunda-feira, dia 25, um ônibus do Hemobanco estará em Araucária, em frente ao Hospital Municipal de Araucária (HMA), fazendo a coleta de sangue, as 8 às 11h, e das 13 às 16h.

O procedimento para ser um doador de medula é rápido, apenas uma pequena quantidade de sangue é retirada e você preenche um cadastro com seus dados pessoais, os quais ficarão arquivados até os seus 55 anos. Seu nome irá para o banco de doadores e você só será chamado quando houver alguém na fila do transplante que seja compatível.

Mas se você não puder ir fazer a coleta na segunda-feira, dia 25, poderá ir até o Hemobanco de Curitiba, na Rua Capitão Souza Franco, 290 – Bigorrilho, fone (41) 3023-5545 ou ainda no HCC Hemepar Curitiba, que fica na Travessa João Prosdócimo, 145 – Alto da XV, fone (41) 3281-4000.

Passo a passo para ser um doador
– Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, e se recompõe em apenas 15 dias.

– Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5ml para testes. Estes testes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.

– Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.

– Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.

– Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de UMA EM CEM MIL.

– Por isso, são organizados Registros de Doadores Voluntários de Medula Óssea, cuja função é cadastrar pessoas dispostas a doar. Quando um paciente necessita de transplante e não possui um doador na família, esse cadastro é consultado. Se for encontrado um doador compatível, ele será convidado a fazer a doação.

– Para o doador, a doação será apenas um incômodo passageiro. Para o doente, será a diferença entre a vida e a morte.

– A doação de medula óssea é um gesto de solidariedade e de amor ao próximo.

– É muito importante que sejam mantidos atualizados os dados cadastrais para facilitar e agilizar a chamada do doador no momento exato. O formulário online está passando por atualização e em breve voltará a ser disponibilizado.

 

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