Confusão no setor de Ambulâncias da Prefeitura
Motoristas fizeram uma paralisação relâmpago na tarde de quarta

A remoção de um morador de Araucária com problemas psiquiátricos até um hospital em Curitiba foi o estopim de um protesto de motoristas da Central de Ambulâncias da Prefeitura, na última quarta-feira, dia 11. A confusão resultou na troca da coordenadora do setor, Adriana Gober, e em acusações de ingerência política do secretário de Saúde, Haroldo Ferreira (PDT), no setor para prestar um favorzinho à vereadora Adriana Cocci (PTN).

Entenda
Segundo a ex-coordenadora da Central de Ambulâncias, a celeuma toda teria começado quando a vereadora Adriana Cocci ligou para o setor solicitando um veículo para transportar um paciente alcoolista até um hospital de Curitiba para ser internado. “Como nós só temos três ambulâncias e duas estavam em atendimento, a outra fica reservada para chamados de urgências e emergências, um enfartado, por exemplo. Combinamos com a vereadora que assim que um outro veículo estivesse disponível ele levaria o paciente até o hospital”, argumentou.
Ainda segundo a coordenadora, após a conversa com a vereadora, ela recebeu um telefonema do secretário de Saúde. “Ele foi muito mal educado e disse que estava mandando que nós levássemos o paciente naquele momento. Eu tentei explicar a situação para ele, mas não consegui. Como os outros motoristas presenciaram o caso, resolveram fazer um protesto contra a ingerência do secretário no nosso serviço para atender um favor político”, acrescentou. Como parte do protesto, os motoristas chamaram órgãos de imprensa e aproveitaram a oportunidade para reclamar das condições de trabalho oferecidas pela Prefeitura.

Explicações
Sobre o assunto, o secretário de Saúde afirmou que a confusão foi motivada por um ato de insubordinação da coordenadora. “Eu entrei em contato com ela e pedi para que fosse feito o transporte do paciente até o hospital, vez que a família havia conseguido um internamento para ele. Era um caso de urgência, pois todos sabem como é o comportamento de alguém que sofre com álcool. Num minuto ele aceita o internamento e em outro não”, disse.
Haroldo afirmou ainda que em nenhum momento foi desrespeitoso com a coordenadora. “Fui apenas firme e alterei o tom de voz quando ela começou a alterar também”. Ele disse ainda que não existe protocolo que diga que uma ambulância precisa ficar no Município. Quanto ao pedido da vereadora, o secretário confirmou, mas disse que são comuns as solicitações da Câmara. “Sempre que um vereador me procura, eu o atendo. Não interessa de qual partido seja”.
Ainda de acordo com o secretário, ele viu outras motivações no protesto. “Ao longo de 2010 não recebi nenhum documento solicitando melhorias na Central de Ambulâncias e, do nada, eles vêm dizendo que falta estrutura. Isto não procede. Lá, eles têm internet, banheiro, refeitório e alimentação fornecida pela Prefeitura. Pode não ser o ideal, mas não é nada calamitoso. Na verdade, eu vi no protesto uma espécie de motim por conta de alguns relatórios que eu pedi para a coordenação do setor e a reestruturação que estudávamos para a Central de Ambulâncias”, considerou. O médico disse ainda que trocou a coordenadora da Central e determinou uma auditoria nas horas-extras pagas aos funcionários do departamento. “A grande maioria dos motoristas que ali trabalham são pessoas decentes, pais de família e honestos, mas uma turminha estava manipulando todo o setor em detrimento do cidadão”, argumentou.
Por sua vez, a vereadora Adriana Cocci disse que apenas atendeu ao pedido de um cidadão que a procurou.
P.S: o paciente que precisava ser transferido para o hospital conseguiu o transporte. Desejamos melhoras pra ele.