Crianças em situação de risco encontram acolhida
A criançada encontra um novo lar e uma nova família enquanto aguarda a definição da justiça

Possibilitar que crianças afastadas de seus pais e irmãos biológicos possam viver em famílias bem estruturadas é o objetivo do programa Famílias Acolhedoras, mantido pela Prefeitura de Araucária. A determinação deste afastamento temporário é feita pela Vara da Infância e da Juventude.

As famílias acolhedoras recebem em suas casas pessoas de zero a 18 anos que estavam em situação de vulnerabilidade ou de violação de direitos, como negligência ou violência. O programa é regulamentado pela lei municipal nº 898/1993 e o acolhimento é supervisionado pelo Centro de Atendimento Especializado à Família (CAEF), vinculado à Secretaria de Assistência Social (SMAS).

A SMAS também é responsável por apoiar a justiça, dar suporte às famílias acolhedoras, ajudar as famílias de origem a recuperarem as condições necessárias para cuidarem e amparar as crianças e adolescentes envolvidos nos casos.
De acordo com a coordenadora Flávia Rechenchosky Vogt, as famílias interessadas em se tornarem acolhedoras devem procurar o CAEF para conhecer o programa e receber todas as informações importantes sobre o papel e a atuação delas no programa. Confirmado o interesse, elas passarão por uma análise da estrutura física que oferecem e da documentação necessária.

Em seguida, será feita uma análise psicológica de todos os membros da família e será traçado um perfil psicossocial para verificar quem a família poderá acolher, de acordo com a idade e o sexo dos acolhidos. Todos da família devem estar de acordo com o programa e os membros maiores de 18 anos que moram na casa precisam autorizar a participação da família. A última etapa é o cadastro da família acolhedora no CAEF e na Vara da Infância e da Juventude de Araucária.

Emoção
“Em 30 anos, já passaram pela minha casa mais de mil crianças e adolescentes. Cada um que chega é uma emoção diferente. Eles enchem a casa de amor”. É assim que Maria Rosa Kremiski, uma das mães acolhedoras de Araucária, explica o programa.

Para Maria Eneida da Silva, que está no programa há cinco anos, “ser uma família acolhedora é se dedicar, cuidar e orientar; é ser pai e mãe como se fosse um filho mesmo. O coração da gente sempre tem lugar pra mais um”, diz.

Critérios
Para participar do programa não há restrição quanto a sexo ou estado civil dos interessados, que devem atender os seguintes critérios: ter entre 21 e 55 anos; concordância de todos os membros da família; morar em Araucária há no mínimo 3 anos; ter disponibilidade de tempo; ter interesse em dar proteção e afeto aos acolhidos; pelo menos um membro da família precisa ter renda por vínculo empregatício ou aposentadoria ou pensão; ter o parecer psicossocial favorável (análise psicológica feita pelo CAEF); não ter antecedentes criminais e não estar na fila de adoção.

Para cada criança ou adolescente em acolhimento a família acolhedora recebe um benefício de R$ 8 por dia em espécie e R$ 4 por dia em vale alimentação, totalizando R$ 240 por mês em dinheiro e R$ 120 por mês para compras em mercado.

Famílias têm a guarda provisória
Ao determinar o acolhimento, a justiça cria uma medida de proteção e emite um termo de guarda provisória para a família acolhedora previamente cadastrada, que se torna responsável pelo menor até a situação ser resolvida. A lei determina que os acolhidos terão prioridade nos serviços públicos sempre que possível e a Prefeitura dá suporte ao programa, mas cabe à família acolhedora cuidar da criança ou adolescente como um filho.

Durante o acolhimento, é trabalhado para que a família de origem restabeleça as condições necessárias para receber a criança ou o adolescente novamente.

Quem tiver interesse em ser uma família acolhedora poderá entrar em contato com o CAEF para obter mais informações pelo telefone 3901-5424.