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Depois de paralisação, sindicatos ameaçam greve
Cerca de mil pessoas participaram do protesto em frente à Prefeitura na manhã da última sexta-feira

Cerca de mil servidores da Prefeitura de Araucária participaram na sexta-feira, 26 de julho, de uma paralisação convocada pelos dois sindicatos que representam o funcionalismo público municipal, o SIFAR e o SISMMAR. O manifesto também contou com a adesão da entidade paranaense que reúne os agentes comunitários de saúde, o SINDACS.

A manifestação exigia prioritariamente o descongelamento do pagamento de progressões salariais previstas no Plano de Carreira da categoria, que estão suspensas desde que a Prefeitura constatou que gastou com pessoal acima do limite prudencial previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.

A adesão ao movimento convocado pelos sindicatos alcançou principalmente os funcionários das secretarias de Educação e Saúde, fazendo com que o atendimento em escolas, creches e unidades de saúde fosse interrompido na sexta-feira. Além dessas, servidores de pastas como Obras Públicas, Meio Ambiente, Cultura e Turismo, Segurança Pública e outras também aderiram ao ato.

Em frente à Prefeitura
Embora não tenham ido trabalhar, os servidores não ficaram em casa e foram para frente da Prefeitura protestar. Antes disso, porém, se concentraram em frente à Câmara de Vereadores e á sede da Secretaria de Educação, de onde saíram em caminhada pelas principais ruas do centro da cidade.

Após algum tempo e muitas palavras de ordem em frente à sede do Poder Executivo municipal, uma comissão de representantes do SIFAR, SISMMAR e SINDACS foram recebidos pelo vice-prefeito Rui Sérgio Alves de Souza (PT) e alguns secretários municipais. Na conversa, o Executivo voltou a afirmar que está impedido de pagar qualquer tipo de progressão salarial em virtude de impedimentos legais.

Descontentes com a resposta que ouviram do Executivo, os sindicatos convocaram para quinta-feira, 1º de agosto, uma assembleia conjunta para discutir a possibilidade de iniciar uma greve no serviço público municipal.

Devo… não nega… pago quando puder
No final da tarde de sexta-feira, 26 de julho, a Prefeitura de Araucária divulgou uma nota oficial sobre as manifestações promovidas pelo SIFAR e pelo SISMMAR.

No documento, o Município afirma que não está sonegando nenhum direito aos servidores e que a interrupção no pagamento dos avanços salariais é momentânea e se deve ao fato de a Prefeitura ter gasto no ano passado R$ 281 milhões com a folha de pagamento do funcionalismo. O valor é superior ao índice de 51,30% da receita corrente líquida, o que impossibilita a quitação dos pedidos feitos pelos sindicatos.

Ainda conforme a nota, tão logo a despesa com o pessoal recue, tudo o que é direito do servidor será pago de forma retroativa. A Prefeitura ainda disse que está tomando medidas para que os gastos com pessoal recuem e, paralelamente, para que a arrecadação do Município, que está em queda, volte a subir.

Entre as ações citadas pela Prefeitura para que o índice de gastos com pessoal recue está o corte de 20% do número de cargos comissionados feitas no mês passado, a diminuição de horas extras, participação em comissões e concessão de funções gratificadas. Isto já teria resultado numa economia de mais de R$ 1 milhão por mês na folha de pagamento, porém isto ainda não teria sido o suficiente para devolver o índice de despesas com pessoal à legalidade. O Município também afirmou que está criando mecanismos para aumentar a arrecadação, como, por exemplo, a implantação de um programa de recuperação fiscal e a intensificação da fiscalização na cobrança de tributos devidos à Prefeitura.

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