Fernanda, Alesandra, Gisele, Joanita, Maurício e Alexandre
Conservar, conscientizar, reciclar e respeitar são algumas atitudes essenciais à preservação e à utilização sustentável dos recursos naturais do planeta. Sem elas, o equilíbrio entre o homem e os elementos fundamentais da terra pode deixar de existir.
Para a Ambiservice Tecnologia Ambiental, que iniciou suas atividades no Jardim Jatobá, em Araucária, em 2008, o compromisso ambiental é a missão da empresa, que procura transparecer o respeito ao meio ambiente em todas as etapas do processo produtivo e na conscientização de seus colaboradores.
A Ambiservice atua na redução do passivo ambiental gerado por outras empresas, ou seja, recicla os resíduos da classe 1, que antes iriam para os aterros. São resíduos classificados como perigosos (classe I) por apresentarem metais em sua composição, exigindo tratamento e disposição especiais.
“Temos dois pontos positivos que contribuem com a preservação do meio ambiente: evitamos que estes materiais superlotem os aterros industriais, efetuamos uma etapa importante de concentração dos metais e diminuimos o impacto de extração mineral na natureza, fazendo com que os metais sejam reciclados. Também é importante ressaltar que as empresas geradoras que optam pela reciclagem não terão passivos, pois se dispuserem os resíduos nos aterros, ficarão co-responsáveis por eles pelo resto da vida. E ao finalizar o processo de reciclagem, emitimos para o cliente o Certificado de Tratamento e Destinação dos Resíduos”, explicam os diretores Alexandre Leme e Maurício Baroukh.
A empresa recebe o lodo metálico gerado no processo produtivo de várias empresas do Paraná, Curitiba e Araucária e retira a umidade do mesmo (desidratação), que acaba virando um pó, contendo metais como níquel, cobre, zinco, alumínio e outros. Este pó, chamado de concentrado metálico, é exportado para empresas especializadas de reciclagem na Europa. A empresa está desenvolvendo tecnologia nacional para esse reaproveitamento. Para entender melhor, o lodo que vai para secagem possui cerca de 70 a 90% de água na sua composição. Quando este material passa pelo forno de secagem, é reduzido a um quarto do seu volume. Isto quer dizer que a cada 1.000 toneladas que iriam para os aterros, a empresa recicla e transforma este volume em 25% de pó reutilizável.
Produção
Segundo os diretores, a Ambiservice recicla, em média, uma tonelada de lodo por hora, resultando numa produção de 600 toneladas/mês.
Para exercer as atividades de desidratação de resíduos industriais, recebimento e destinação de lixo eletrônico, a Ambiservice tem licença ambiental do IAP renovada até o ano de 2016, e ainda possui seu relatório de emissão de particulados do ano de 2013, dentro dos padrões exigidos pela Lei Ambiental. “Temos um convênio com especialistas da Universidade Federal do Paraná e procuramos estar sempre dentro do que a lei permite, é claro que existem algumas situações pontuais, mas estas são contornadas da melhor forma possível”, argumentam os diretores. A empresa investiu mais de R$ 250.000,00 em equipamentos voltados à adequação dos impactos ambientais de sua atividade e já foi certificada pela norma ISO 14000.
Ao comentar sobre situações atípicas, os empresários se referem às duas autuações que a empresa recebeu em função de denúncias da própria comunidade, de que estariam emitindo mau cheiro. “Foram duas situações que fugiram do nosso controle e acabaram gerando uma fumaça mais densa e um cheiro mais forte, que foi sentido pelos moradores vizinhos”, pontuam.
A Ambiservice convidou a reportagem do Jornal O Popular para conhecer seu processo produtivo após a reportagem que foi publicada na edição no dia 21 de fevereiro sobre as denúncias de mau cheiro.
Empresa recebe lixo eletrônico
Além da desidratação de resíduos industriais, a Ambiservice Tecnologia Ambiental faz o recebimento e destinação do lixo eletrônico como computadores, telefones, televisores e outros. Por isso, as empresas ou pessoas que possuem estes materiais e não sabem o que fazer com eles, poderão levar até lá.
“Nós não fazemos a reciclagem do lixo eletrônico aqui, mas encaminhamos para a nossa filial, em São Paulo, que dará o destino correto”, explica o diretor Maurício.
As etapas do processo produtivo
O lodo chega à empresa em big bags (sacos gigantes) e são estocados nas baias como matéria-prima
O lodo passa pelo forno rotativo, onde é desidratado a uma temperatura aproximada de 100º C
O pó gerado pela secagem do lodo é ensacado em big bags e passa por uma leitura para saber a porcentagem de cada um dos metais que o compõem
