Enxadrista da cidade se destaca no esporte

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Ao completar 16 anos, Jéssica Drobrzenski, acumula títulos no xadrez. É bi-campeã brasileira na categoria sub-16, feminina. Foi três vezes vice-campeã brasileira e uma vez vice-campeã pan-americana (no Brasil, em 2005) e ficou em terceiro lugar no pan da Colômbia, em 2003.

Ela também participou de mais outros cinco pan-americanos (dois na Colômbia, dois na Argentina e um no Equador) e de dois campeonatos mundiais (na Grécia em 2003 e na França em 2005).

O começo
O pai de Jéssica, Gilberto Luiz Drobrzenski, conta que antes mesmo dela nascer, dizia que ela seria uma grande enxadrista. “Eu já conversava sobre xadrez com a Jéssica, na barriga da mãe dela, e ela gostava”, brinca.

Jéssica começou a jogar xadrez aos nove anos, incentivada por Gilberto. Ela lembra que, em uma viagem da família, o pai levou o tabuleiro e insistiu para os dois jogarem. “No começo, eu não queria”, fala. Mas foi só aprender as regras básicas do jogo e Jéssica se entusiasmou.

Um mês depois da viagem, ela foi campeã paranaense na categoria sub-10, feminina. Com a vitória, Jéssica ganhou a chance de disputar o campeonato brasileiro daquele ano, 2001. A competição foi em Goiânia e ela foi vice-campeã brasileira na sua categoria. “No começo, eu progredi muito rápido”, diz sorridente.

Gilberto, o pai e por muito tempo treinador de Jéssica, esclarece que “quando a pessoa aprende o jogo e pega gosto por ele, desenvolve as habilidades rapidamente”.

O esforço
Para Gilberto, no nível que Jéssica chegou é mais difícil avançar. “Quanto mais alto o nível, menores os detalhes que precisam ser corrigidos”, explica. Por isso o treinamento da enxadrista é cada vez mais detalhista.

Jéssica treina de duas a três horas por dia. Ela usa livros sobre o esporte e súmulas de jogos para aprimorar as técnicas e depois aplica o que estudou no tabuleiro. Ela joga com os membros do clube de xadrez da cidade e também com pessoas de outros países pela Internet.

Aos sábados, ela ainda tira dúvidas com o treinador contratado pela Prefeitura. E, assim, o esporte consome muitas horas que Jéssica teria de lazer. “Tenho que abdicar de algumas coisas e isso é difícil para uma adolescente”, diz. Mas ela não se queixa. “O xadrez, ao lado dos estudos, são minhas prioridades”, fala.

A recompensa
“O xadrez abriu muitas portas para mim”, diz Jéssica. Ela é conhecida por enxadristas e aficionados pelo esporte no mundo todo. Está entre as cinco melhores do esporte do Brasil. E, recentemente, foi eleita a melhor atleta de Araucária. “Fico feliz pelo reconhecimento que o xadrez me trouxe”, fala.

Jéssica coleciona medalhas: já são mais de 100 e ainda tem mais de 30 troféus.

O desafio
Jéssica fala sobre as cobranças. “Existe muita pressão. Sempre tenho que trazer resultados”, desabafa. “Quanto mais o atleta ganha, mais as pessoas esperam que ele ganhe”, continua. “Mas sei que tenho minha responsabilidade e preciso lidar com as pressões”, completa.

As derrotas são amargas. “A pior é sempre a última”, fala Jéssica. Ela recorda uma em especial. “No mundial, eu joguei no dia do meu aniversário, estava com a partida ganha e, no fim, perdi. Foi muito triste”. Mas cada partida perdida é uma nova lição. “Eu estudo o meu erro para não repetir. Posso errar e perder de novo, mas vai ser outro erro, não mesmo”.

“E as derrotas dão sabor melhor às vitórias”, fala Gilberto. “A primeira vez que venci o brasileiro foi muito marcante”, lembra Jéssica. “Eu estava perdendo a partida e consegui virar o jogo”, narra. “Eu tinha sido vice por três vezes, tinha que ganhar daquela vez e ganhei”, diz.

O futuro
Se depender do incentivo da família, Jessica vai longe. “Ela é uma menina de garra”, diz o pai orgulhoso. A enxadrista também conta com o apoio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Smel), da escola de idiomas, Wizard, da escola profissionalizante, Cedesp e da Santo Anjo Transportes.

Em novembro, Jéssica vai disputar o Campeonato Mundial na Turquia, como representante oficial do país. E muitas outras disputas ainda devem vir. “O xadrez vai ser uma bengala na minha vida, vai estar sempre ali do lado”, diz.

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