Esquartejam e jogam em cava

Segundo o pastor, o modo como ele puxou a mala para a beira d’água, usando um pedaço de pau, fez algumas partes caírem e uma coxa ficou flutuando. Guardas municipais isolaram o local e bombeiros recolheram outros pedaços que acabaram afundando na cava.

Tudo foi juntado e levado para o Instituto Médico Legal (IML), em Curitiba. Conforme a perita do Instituto de Criminalística, não é possível precisar a data do crime porque a água altera o processo de decomposição. Mas ela acredita que provavelmente tenha acontecido no dia 8, ou antes.

Identificação

De acordo com a Polícia Civil, o esquartejado é o pedreiro Valdecir da Silva, o Catinga, 40 anos. Ele cumpria pena por roubo na Colônia Penal Agrícola (CPA) e teria sido autorizado a passar o final de semana em liberdade, saindo na sexta-feira, dia 29, com retorno marcado para a manhã da segunda-feira seguinte, dia 1º. Contudo, o condenado não voltou a se apresentar na CPA.

Segundo os investigadores da Delegacia apuraram, Valdecir tinha uma casa na Rua Amor Perfeito – na mesma Vila onde o corpo foi encontrado – que estava sob cuidados de um casal amigo dele. “Uma equipe esteve no local para fazer vistoria e não encontrou nada que os incrimine”, conta o delegado titular, Rubens Recalcatti.

Conforme o delegado, marido e mulher já depuseram e contaram que Valdecir chegou a passar algumas horas na residência na tarde de sexta, mas não quis ficar por lá. O presidiário teria dito a eles que iria procurar a ex-mulher, de nome Cleonice, em Paranaguá, no litoral do Estado. E depois que saiu, os dois não teriam tido notícia dele.

Inquérito

O delegado conta que Valdecir foi casado com Cleonice e teve quatro filhos com ela. Contudo, logo que ele foi preso, a mulher teria se envolvido com Milton Ramos Gomes, o Miltinho. Ela teria ido morar em Paranaguá com ele, mas pouco depois da mudança, aproximadamente no mês de março, Miltinho teria sido assassinado em um tiroteio em uma boca de fumo, de onde o filho dele, Miltinho Junior, também teria saído ferido.

“Aqui em Araucária pai e filho tinham envolvimento com um duplo homicídio, ocorrido em fevereiro, na mesma Rua onde morava Valdecir”, conta o Recalcatti. O delegado agora quer ouvir Cleonice e também está buscando o histórico do presidiário no Sistema Penitenciário.

A Polícia sabe que Valdecir não foi assassinado e esquartejado no areal, porque não havia manchas de sangue naquela área. Mas o delegado imagina que o crime tenha sido praticado próximo dali e que a mala onde estava o corpo era do próprio presidiário.