Garoto conta por quê matou dois

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O menor, que ficou conhecido como “o terror do Tupi”, conta que a mãe teve cinco filhos com três companheiros. O mais velho deles também se tornou um adolescente homicida. Em julho de 2008, aos 15 anos, ele e um colega da mesma idade mataram o montador Maykon de Andrade Rocha, 24 anos, com pauladas e facadas. “Eu entrei mesmo para o crime depois que meu irmão foi apreendido”, conta o garoto.

Antes, o adolescente já tinha praticado pequenos furtos no Tupi, a partir disso começou a assaltar usando arma de brinquedo e depois com arma de verdade. Se foi o mau exemplo do irmão que o motivou a se tornar bandido, ele mesmo não sabe, porque tinha também bons exemplos em casa. “Nunca faltou nada para mim”, afirma o menor. “Minha mãe sempre trabalhou muito para nos dar o melhor que podia”, ele reconhece.

Sem demonstrar remorso, o adolescente conta que atirou quatro vezes em Edson por trás. Na fuga, deixou um chinelo cair do pé, voltou para pegá-lo, viu o operador agonizando e deu mais um tiro. “Na cabeça, para matar mesmo”, ele detalha. O pretexto: tempos atrás Edson teria passado de carro bem rente ao corpo dele. O menor o teria dito xingamentos e o operador teria batido nele, nesta e em mais duas vezes.

Com a mesma frieza, o adolescente narra que uma mulher o procurou dizendo que Idoaldo estava com R$20 mil. “Ela falou que era para eu matar o cara e ficar com metade do dinheiro. Mas eu pensei, eu vou lá, assalto ele e fico com tudo para mim”, ele fala. “Ela pediu, mas eu não tinha intenção de matar, só que ele reagiu. No fim, nem estava com a grana”, afirma o menor.

Nos dois crimes, ele usou uma arma emprestada pelos irmãos Taborda (Carlos Henrique Teixeira, o Coquinho, Patrick José Taborda Chaves e Maicon Luiz Taborda, o Tabordinha). Mesmo assim, nega que tenha tido influência deles para cometer os homicídios. Se está arrependido? Ele responde que está confuso. “Só sei que quando for solto quero me mudar do Tupi e voltar a estudar.