Jardim Israelense está preocupado com possível despejo
Moradores se reuniram para discutir o futuro de suas casas

Mais de mil famílias dos jardins Israelense e Arco-Iris estão preocupados com o destino que poderá ser dado a área onde hoje vivem. Uma parte dos moradores ocupou a área há cerca de quatro anos e outra parte está morando no local há quase dois anos.

O problema é que a dona do terreno, uma empresa de Curitiba, já entrou na justiça com pedido de reintegração de posse. A empresa, segundo o presidente da associação de moradores do Jardim Israelense, Eliton Calixto, já teria manifestado interesse em vender a área para a Prefeitura, que teria afirmado não ter condições financeiras de fechar o negócio.

Este impasse motivou a reunião da associação de moradores que aconteceu no domingo, dia 25, com a presença de mais de mil pessoas. “Convocamos a reunião para deixar os moradores informados sobre o que está ocorrendo, mas infelizmente convidamos o prefeito Olizandro Ferreira, o vice Rui Sérgio Souza e o presidente da Câmara de Vereadores Pedro Nogueira, mas nenhum deles compareceu ou sequer mandaram representantes. Ficamos na mesma situação e os moradores estão muito apreensivos porque existe a ameaça de ter que sair da área a qualquer momento”, disse Calixto.

O líder comunitário lembrou ainda que, desde que a associação de moradores foi fundada, em março deste ano, tem representado os moradores e tentando resolver a questão da melhor forma possível. “Enquanto estamos no terreno, já fizemos várias melhorias, inclusive estamos arrumando as ruas com dinheiro dos próprios moradores, que contribuem com a associação. Não queremos nada de graça, só queremos uma solução que não prejudique ninguém”, comentou Calixto.

Solução pacífica
Interpelada sobre o problema, a Prefeitura de Araucária disse que está tentando buscar uma solução pacífica para o caso do Jardim Israelense, articulando-se com entidades diversas, como a Companhia de Habitação do Paraná, chefia de gabinete do governador e Casa Civil do Estado. No entanto, a Prefeitura não pode interferir diretamente no processo, já que a situação se estende de longa data e inclusive já existe um mandado de reintegração de posse.

O vice-prefeito Rui Souza comentou que recebeu um convite por telefone na mesma data da reunião para comparecer ao encontro, mas não conseguiu chegar a tempo por motivo de compromissos já assumidos. “Temos a sensibilidade de que o problema existe, no entanto só podemos agir dentro das nossas atribuições. Ali é um terreno particular. É uma situação delicada, mas queremos que seja resolvida da melhor maneira possível”, esclarece o vice-prefeito.