A manifestação terminou com a promessa de que o professor voltará à ativa
Um celular do jornal O popular do Paraná toca na manhã do dia 18 de fevereiro e, ao atender, é possível perceber a tristeza na voz de uma karateca da cidade. “Tiraram o professor Caetano, e a gente quer que ele volte”, afirmava a garota. Assim como ela, a senhora Andréa, mãe de outra aluna da escolinha, também mostrou sua insatisfação a respeito do ocorrido. “Eu matriculei minha filha nas aulas do professor Caetano porque confio no trabalho dele, e gostaria que ele estivesse lá”, pedia.
Segundo ela, na sexta-feira, 15 de fevereiro, a volta do sensei ainda era certa. “Eu fui no Parque Cachoeira e encontrei o professor organizando os tatames. Até aproveitei para falar com ele sobre a primeira aula e fiquei animada, porque ele ensinaria minha filha a respeito da história da modalidade”, recorda.
No entanto, quando levou sua garotinha à aula na segunda-feira, Andréa teve uma surpresa. “Eu vi outro professor parado na porta da sala e ele me falou que praticaria com as crianças o karatê ‘esganadura’, se é que isso existe. Fiquei preocupada e fui atrás pra descobrir onde estava o sensei Caetano”.
De acordo com o diretor da Secretaria de Esporte e Lazer, Idu Blaszczak, o professor que Andréia procurava possuía um cargo comissionado na antiga gestão da Prefeitura e, por isso, havia sido exonerado junto aos demais no dia 31 de dezembro. “Essas vagas não são garantidas. Por isso, os funcionários do esporte deveriam ser efetivos para que situações assim não acontecessem”, afirma o diretor.
Manifestação
No entanto, como isso ainda não é uma realidade na cidade, os pais e alunos que queriam a volta do professor se organizaram para pedir a volta do sensei. “Mais de 50 pessoas foram à Prefeitura para conversar com o secretário de governo e com o prefeito Olizandro a respeito da situação do Caetano. Entre esse pessoal estavam muitas crianças pedindo a volta do professor e alunos que até mataram aula para estar lá”, conta Andréa.
De acordo com ela, o prefeito recebeu os manifestantes e prometeu recontratar o professor. “A criançada até chorou quando o prefeito falou que traria o Caetano de volta”, afirma.
No entanto, até a tarde de ontem, 25 de fevereiro, ninguém havia entrado em contato com o sensei. “Várias pessoas falaram comigo dessa promessa do prefeito, de que iria me recontratar até o dia 1º, mas a Prefeitura ainda não me disse nada”, afirma o professor, que agradece a iniciativa dos pais e alunos.
Solução da SMEL
De acordo com o diretor da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, Idu Blaszczak, o professor Caetano voltará a trabalhar nas escolinhas de Judô da cidade. No entanto, ele afirma que essa não é a solução para o problema. “Nós precisamos que os professores assumam cargos efetivos. Por isso, estamos pensando em abrir um concurso público e fazer com que cada esporte seja organizado como entidade para cuidar dos seus funcionários e conseguir, inclusive, recursos federais para a modalidade”, afirma.
Além disso, ele garante que já está trabalhando para que Araucária possua um Conselho Municipal do Esporte, em que os presidentes dessas entidades tomem as decisões em conjunto. “Eles vão entrar em consenso a respeito do valor que cada modalidade esportiva poderá gastar e do que será feito durante o ano”, adianta.
No entanto, esses planos ainda não foram formalizados e não existe data definida para que isso aconteça. “Mas queremos que seja o mais breve possível”, promete Idu.
A SMEL quer organizar esportes como o karatê para evitar problemas