Moradores não aguentam mais poeirão na marginal
A marginal aguarda asfalto e paisagismo. Enquanto isso, moradores continuam comendo poeira

Não é de hoje que os moradores e comerciantes do Rio Abaixinho, nas proximidades da Escola Municipal João Sperandio, reclamam das condições precárias da marginal na BR 476, na altura do quilômetro 161. Segundo eles, em dias de sol a poeira fica insuportável e, em dias de chuva, o barro é que toma conta.

Os reclamantes afirmam ainda que a marginal foi aberta pela Caminhos do Paraná, empresa responsável pela concessão da rodovia, há cerca de quatro anos, com intuito de facilitar o acesso às empresas, escola, posto de saúde, clube de campo, capela e residências existentes na marginal e na localidade rural. No entanto, eles afirmam que a abertura da via ficou condicionada a receber, na sequência, obras de asfalto e paisagismo, o que não ocorreu.

“Ficamos todos estes anos aguardando por um asfalto que nunca veio e sofrendo com o poeirão. Muitos moradores também estão com problemas de saúde, como alergias e doenças respiratórias, por conta disso. Na escola a situação fica ainda pior, porque as serventes precisam limpar as janelas e móveis o tempo todo por conta do pó”, comentou a diretora da escola João Sperandio, Maria Jocire Gondek.

A professora Natália Túlio confirma as palavras da diretora e acrescenta que, além da poeira, o movimento de caminhões também perturba os moradores e a comunidade escolar. “O movimento começa ainda da madrugada, porque logo adiante daqui tem um areial, e os caminhões passam por aqui carregados e as casas chegam a tremer. O dono do areial costuma molhar a rua quando demora muito pra chover, mas imagine que absurdo de água não deve gastar. Um desperdício, sendo que existe dinheiro público que poderia ser investido nessa obra”, denunciou.

Natália disse ainda que pela marginal também circulam ônibus do TRIAR, o que deveria ser feito pela rodovia, onde estão localizados os pontos de embarque e desembarque. “Tudo isso ajuda a tornar a situação ainda mais crítica”.

Para encerrar as reclamações, a diretora e a professora comentaram que por várias vezes procuraram a Caminhos do Paraná e que a empresa disse que havia um projeto para asfaltar e arborizar aquela área, mas que elas nunca tiveram acesso ao mesmo. Comentaram ainda que a empresa teria alegado ser da Prefeitura a responsabilidade de tal benfeitoria.

“Nas últimas vezes que ligamos, sequer fomos atendidas. E quando ligamos para a Prefeitura, recebemos a mesma informação: de que a responsabilidade do trecho era da concessionária. E agora, a quem devemos recorrer?”, indagou a professora.

Um joga pro outro
A reportagem do Jornal O Popular entrou em contato com a assessoria de imprensa da concessionária Caminhos do Paraná, que confirmou não ser de sua responsabilidade as benfeitorias necessárias na marginal da BR 476, quilômetro 161, na localidade de Rio Abaixinho.

A empresa disse ainda que nenhuma obra nesse sentido está prevista no contrato de concessão, e o mesmo acontece com todas as marginais existentes ao longo da Rodovia do Xisto, e que a responsabilidade pela marginal em questão é da Prefeitura de Araucária.
Indagada sobre o assunto, a Prefeitura apenas se limitou a informar que a responsabilidade do trecho é da Caminhos do Paraná. Enquanto isso, os moradores vão continuar no meio desse jogo de empurra-empurra.