A Comunidade Terapêutica Fonte de Água Viva – FAVI, de Araucária, mantém duas unidades de tratamento, uma de desintoxicação em Campina das Pedras e outra de internamento, em Lagoa Grande, além do escritório administrativo no bairro Porto das Laranjeiras. Abriga atualmente 38 internos e 12 na unidade de desintoxicação.
Conforme o coordenador Valter Luis Solochinski, o programa terapêutico é dividido em três fases, ao longo de nove meses. A primeira fase-Esperança Renascer – dura 45 dias é o período de desintoxicação e adaptação. “É a fase mais difícil do tratamento, pois a adaptação é lenta, com períodos críticos de síndrome de abstinência. Além dos sintomas físicos e psicológicos, os residentes precisam deixar as expressões vulgares que usavam lá fora, como palavrões e gírias”, conta Valter.
A segunda fase-Nova Vida – é quando os internos começam a toar consciência da extensão e gravidade do seu problema, começam a se adaptar às normas de moradia, passam a mudar seu caráter e aprendem a conviver em grupo, com aprofundamento da espiritualidade, onde aprendem a se libertar das culpas, aprendem a se perdoar e têm o desafio de buscar a sua própria sanidade.
A terceira fase – Andar na Luz – é o período em que eles se preparam para receber alta, aprendendo sobre a ressocialização e reinserção social. “A volta ao convívio social causa muitas dúvidas, e nesta fase eles aprendem a identificar as dificuldades de sua adaptação à nova vida e como vão se manter abstêmios. Aqui eles também auxiliam na adaptação dos internos recém chegados”, relata a coordenadora administrativa da FAVI, Elaine Cristina Bonvini.
Ela conta ainda que todos os coordenadores e monitores que atuam na FAVI um dia já foram viciados. É o caso de Valter, seu esposo, hoje coordenador, que usou drogas durante 18 anos. “Hoje ele é capelão e, além de ajudar no tratamento dos internos, faz um trabalho importante com a família dos dependentes, que também precisam ser preparadas para recebê-los de volta”, diz.
A FAVI se mantém através de eventos e promoções, contribuição de algumas igrejas evangélicas, e ainda um convênio com a Prefeitura e uma pequena parcela vinda dos internos que têm condições de contribuir.
É presidida pelo Pastor Clovis Martin Correia e o vice é Maher Assaed. A comunidade também tem um trabalho junto à população, ministrando palestras de prevenção em escolas e empresas, quando solicitada. “É um trabalho árduo, uma luta diária, por isso precisamos de mais voluntários e colaboradores para nos ajudar neste trabalho”, comenta o coordenador Valter.