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Pepe Richa fala de planos do Governo
Pepe: programa de infraestrutura prevê investimento de R$ 12,5 biPepe Richa fala de planos do Governo
Pepe Richa: prioridade no primeiro semestres são os grandes projetos

O secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, disse que o Paraná terá mais investimentos para infraestrutura, melhorando es­tra­das municipais, estaduais e federais, além de ampliar os investimentos nos portos e aeroportos. Falando a equipe da Adjori-PR destacou que o Estado também está negociando com as concessionárias de pedágio, conseguindo a retomada de obras, como duplicações e terceiras faixas. Richa Filho também falou sobre o o novo traçado da Ferroeste, que sairá do papel. Segundo o secretário, todas essas obras e parcerias são de fundamental importância para um Estado como o Paraná, que tem no agronegócio sua maior força. Além disso, destaca as mudanças para que estruturas como a do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) sejam melhoradas.

Adjori: Como foram esses dois primeiros anos de governo do Beto Richa e a sua administração perante a secretaria de Infraestrutura e Logística? Onde foram centradas as ações?
Pepe:
Trabalhamos muito na questão de planejamento e ordenamento de ações. A relação com os órgãos governamentais federais, que tratam da regulamentação – como a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) – eram muito ruins. Hoje isto mudou e somos até parceiros. O cenário é um Estado que planeja e tem projetos de curto, médio e longo prazo. Com isto, os recursos são melhor aplicados, inclusive do governo federal. Com projetos podemos buscar mais verba para obras no Paraná. Esta realidade não existia no governo anterior. Recentemente, o governador Beto Richa lançou o Proinfra, o maior programa de infraestrutura do Paraná. São R$ 12,5 bilhões. Quase R$ 4 bilhões para rodovias, portos e ferrovias, além de R$ 954 milhões na construção e reforma de 2.500 prédios públicos.

Melhorias estão acontecendo também das concessionárias. O governo Beto Richa está fazendo com que as concessionárias de pedágio retomem as obras. São mais de R$ 250 milhões aplicados somente neste ano, em duplicações e terceiras faixas. As negociações continuam, por determinação do governador, e a meta é conseguir mais melhorias nas rodovias paranaenses.

Adjori: O que será feito?
Pepe:
Quando foi criado o programa de concessões no Paraná, tínhamos naquele momento, um país com altíssimas taxas de inflação, em que o “risco Brasil” era muito alto e sem segurança contratual. Tudo isso fez parte da composição de preços das concessões, que são os contratos que foram assinados, com vigência de 24 anos. O próprio governo federal tentou modificar: lançou um novo projeto, mas o modelo não deu certo. Foi muito baseado em preço e se esqueceu do principal, que são os investimentos, que é o que a população cobra. Os paranaenses querem ver duplicações, terceiras pistas, viadutos, trincheiras. Estamos buscando um modelo ideal, mais próximo da nossa realidade. Queremos que não seja como o antigo, que apenas maquia a rodovia e não traz os grandes investimentos para que garantir ao cidadão segurança.

Adjori: Qual o principal desafio?
Pepe:
O desafio é praticar preços mais acessíveis e de fato retornar os investimentos. Quem trafega hoje no Paraná vai observar que as obras já foram retomadas. Mas, tudo isso com muita dificuldade. A PR-445 já é uma realidade. A obra já foi para a licitação de 17 km dos piores trechos que estão dentro das cidades de Cambé e Londrina: uma ação pontual com investimento de R$ 110 milhões, que vai trazer um retorno espetacular para essa região. A PR-383, na região de Maringá, acontece a duplicação de Maringá a Paiçandu. Neste trecho transitam 40 mil veículos por dia. Há obras também entre Umuarama e Iporã. O governo estadual também está fazendo sua parte. No trevo em direção a Toledo, Marechal Cândido Rondon e Assis Chateaubriand, a licitação já terminou e devemos lançar em breve a ordem de serviço para fazer uma trincheira.

Adjori: Quais as outras ações?
Pepe:
O Estado conta hoje com o maior programa de conservação de estradas. São R$ 840 milhões, aplicados nos próximos dois anos, para conservação, manutenção, sinalização e roçada. Também identificamos corredores importantes para o nosso estado. Para estas obras, o governador assinou há um mês a contratação de R$ 62 milhões em projetos. Agora temos programados mais R$ 800 milhões para obras em estradas rurais e municipais, para readequação, pavimentação e construção de pontes.

Nesse complexo todo, o Porto de Paranaguá também tem um papel importante, pois ele não funciona se não tiver acessos, se a produção não chegar lá. Nossa equipe conseguiu, em um tempo recorde, aprovar o PDZDO (Plano de Zoneamento Ocupação do Porto Organizado), onde ordenamos tudo que será feito: as áreas de expansão, a vocação. Trabalhamos de forma ordenada, também porque estamos voltando a atuar em Antonina e pretendemos retomar o Porto de Pontal. Em uma programação até 2020, os investimentos podem atingir o valor de R$ 5 bilhões. Soma-se a isto, a atração de investimentos par ao Paraná. São mais de R$ 19 bilhões em investimentos.

Adjori: Quando o senhor assumiu a pasta, o porto tinha o problema das enormes filas na época de embarque de safra. O que foi feito para resolver esse problema?
Pepe:
Reduzimos significativamente a ponto de que hoje não há mais filas de caminhões. Isto graças ao aumento de produtividade, que deram agilidade ao porto, diminuindo a fila. Melhoramos também o sistema “Carga Online” que programa o embarque dos caminhões para o porto. Devido a grande quantidade de chuvas no porto ainda precisamos melhorar o embarque com mau tempo, mas já estamos estudando soluções para isto.

Adjori: Isso também pode ser uma questão de logística não só do porto, mas do produtor?
Pepe: Nós temos outro projeto que é a criação de Centros de Logística em todo o estado. Nós já temos uma região bastante privilegiada que está recebendo investimentos que é Cascavel, e que já está se tornando um grande ponto de concentração de cooperativas. Estes pontos de armazenagem distribuídos pelo estado ajudam a melhorar a logística também para os produtores com locais de armazenamento em regiões estratégicas do estado, podendo assim programar melhor os embarques para exportação.

Adjori: Quais seriam os investimentos para 2013 e 2014?
Pepe: Teremos mais recursos para recuperar as estradas e facilitar o escoamento da safra e também ajudar o transporte escolar e o deslocamento de ambulâncias. Estes recursos, que somam R$ 800 milhões, vão agilizar o acesso da porteira ao porto. Haverá substituição de pontes de madeira por de concretos, Patrulhas do Campo vão atender as estradas e microbacias, parceria com a inciativa privada vai melhora a pavimentação, entre outras ações.
Também serão finalizados os projetos dos corredores estaduais, que ligam estradas do Estado com as federais. Feito isto, as obras começarão em 2014. ao todo serão investidos nestas melhorias, mais de R$ 1 bilhão.

Nas ferrovias recebemos o Bernardo Figueiredo (presidente da Empresa de Planejamento e Logística – APL) que veio lançar o traçado da Ferroeste pelo Paraná. A nossa meta é que no ano que vem tenhamos o projeto pronto no primeiro semestre, e nós falaremos em obras mais para o final de 2013. A previsão é investir cerca de R$ 6 bilhões.

Adjori: Outra dificuldade de incentivos na BR 277 no trecho entre Palmeira e Irati é a falta de terceiras faixas. Existe alguma negociação nesse sentido com a concessionária?
Pepe:
Cada trecho está sendo negociado com as concessionárias e agora, com a agência reguladora, nós entendemos que essa ação vai caminhar mais rápida, levantando questões como: onde estão os investimentos importantes e valores, que é uma questão muito forte. Existe um contrato muito bem. As obras são consideradas importantes para o Estado e essa é a mudança que tivemos no enfoque da organização: onde estão as obras? Estamos concentrando os nossos esforços nos locais mais críticos.

Adjori: Como você pensa hoje o DER? Qual seu pensamento em relação a essa estruturação?
Pepe:
Às vezes há uma preocupação excessiva com a obra em si e se esquece da importância que tem a estrutura para você construir. Preocupados com isso, já lançamos há uns dois meses, o concurso para a contratação de engenheiros para atender não só o DER., mas também a estrutura que antigamente era conhecida como Secretaria de Obras. Estamos criando um departamento especificamente voltado para as edificações, onde os engenheiros do concurso vão integrar. O projeto de lei da criação já foi encaminhado para a Assembleia Legislativa, mas temos uma preocupação muito grande da nossa parte, porque já estamos no limite de contratações permitidas por lei. Temos que aguardar as aposentadorias para repor o nosso pessoal.
 

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