PMA quer tirar moradores de uma área que é pública
O que antes era o prolongamento da Rua Teodoro Santini Pietrowski, agora abriga diversas casas

Dona de uma área onde está instalada a fábrica de manilhas, no bairro Porto Laranjeiras, a Prefeitura de Araucária está solicitando aos moradores que regularizem suas propriedades para ter direitos básicos, como água, luz e infraestrutura do município. A área abriga várias construções, com moradores que se fixaram ali há mais de 15 anos.

Alguns dos moradores relataram que esta semana foram surpreendidos por funcionários da Prefeitura, que estabeleceram prazos para que fossem regularizadas as ligações de água e luz das residências, apesar de saber que as mesmas não possuem documentação para isso, uma vez que os imóveis também não estão regularizados.

“Dois funcionários da Prefeitura estiveram aqui essa semana e falaram que se não regularizarmos nossa situação vão nos tirar daqui. Mas depois de tantos anos, porque somente agora foram mexer com isso?”, reclamou uma das moradoras. Ela disse que já está correndo atrás da documentação porque não quer ficar no local de forma errada.

Outro morador disse que mora no local há mais de 15 anos e que nunca ninguém reclamou por eles estarem ali. “Estamos aqui desde a época em que o Edvino Kampa era prefeito e nunca tivemos nenhum problema com a Prefeitura. Se é um papel que eles querem para provar que temos direito, vamos correr atrás disso então”, comentou.

Situações distintas
Segundo a Prefeitura, parte da área em questão seria o prolongamento da Rua Teodoro Santini Pietrowski, de propriedade pública, onde foram construídas várias residências. No entanto, ainda não existe nenhum relatório oficial a respeito da situação destes moradores e também nenhum projeto para obras de prolongamento da rua.

O outro local seria a Rua Capitão Leonardo Graziano, onde também existe uma casa que supostamente estaria numa área pertencente ao município, que fica ao lado da fábrica de manilhas. Neste caso, a moradora já teria procurado a Cohab para regularizar sua situação, no entanto, a companhia informou que a área em questão é pública e parte dela é de preservação ambiental, o que torna impossível a regularização.

A Cohab, que não confirma ter enviado funcionários até o local para pressionar os supostos invasores, disse ainda que está solidária com a situação da moradora. “Ela reside no local há cerca de 20 anos, por isso, fizemos um relatório social sobre a situação e a incluímos na lista prioritária para receber uma moradia popular”, explicou a companhia.