Presos dão jeito de usar celular

A nova moda na carceragem é chinelo com abertura para o aparelho celular na sola

Policiais civis tomaram conhecimento de irregularidades na carceragem da Delegacia e apuraram que novamente presos estavam usando telefones celulares. Em uma varredura nas celas, nesta semana, eles descobriram que os custodiados estavam guardando aparelhos em aberturas feitas nas solas de chinelos e sandálias.

De acordo com o delegado titular, Rubens Recalcatti, vários telefones foram apreendidos. “Mesmo com as buscas diárias feitas pelos carcereiros, sempre são encontrados objetos estranhos com os presos”, ele conta. “Pode ser até que um visitante já chegue calçando o chinelo com o celular na sola e troque de calçado com o preso antes de ir embora”, desconfia um carcereiro.
Além de celulares usados para comunicação com o exterior e com quadrilhas, tem se tornado rotineiro para os policiais recolherem aparatos que podem ser usados para facilitar fugas ou mesmo como armas. Há quinze dias, eles apreenderam nas celas uma britadeira caseira e barras de ferro que os custodiados conseguiram retirar das paredes.

Medidas preventivas

“Estamos mesmo enfrentando uma série de dificuldades por manter os presos na Delegacia”, conta Recalcatti. Isso porque o excesso de detentos tem propiciado o surgimento entre eles de lideranças com intenção de comandar a cadeia, gerando tumultos e aumentado o risco de rebeliões e de fugas.

Conforme o delegado, uma medida para tentar diminuir os problemas continua sendo a troca de presos com a Delegacia de Fazenda Rio Grande. “Ainda não é a solução e sim uma forma de contornar as dificuldades decorrentes da superlotação”, explica Recalcatti. Para ele, a saída definitiva seria o Governo Estadual enviar todos os custodiados para presídios.

Enquanto isso não acontece, as revistas no xadrez devem continuar acontecendo frequentemente para prevenir e coibir qualquer tipo de infração dos presos.