Olizandro e grupo de secretários receberam representantes do Sismmar e do Sifar no Salão Nobre da Prefeitura
À tarde, manifestantes promoveram ato na Câmara de Vereadores
A crise financeira pela qual passa a Prefeitura de Araucária levou o Sindicato dos Professores (Sismmar) às ruas da cidade na terça-feira, 11 de junho. O ato contou também com o apoio do Sifar, sindicato que representa os servidores do quadro geral do Município. Basicamente, os profissionais do magistério municipal gritaram contra o que eles chamaram de “arrocho salarial” e “congelamento dos direitos de progressão na carreira” anunciados pelo prefeito Olizandro José Ferreira (PMDB) até que as finanças municipais apresentem melhora.
Em virtude da paralisação ocorrida na terça-feira, não houve aulas nas escolas municipais da cidade. Já no início da manhã, professores e outros funcionários da Prefeitura se concentraram em frente à sede da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e foram caminhando até à sede do Poder Executivo exigindo o pagamento de benefícios salariais previstos na legislação municipal. Um grupo de cinquenta pessoas, representando ambos os sindicatos, foi recebido por Olizandro no quarto andar do Paço Municipal para discutir as reivindicações dos servidores e serem postos a par da situação financeira do Município. À tarde, a concentração ocorreu no plenário da Câmara Municipal, onde os docentes se reuniram com alguns vereadores e pediram a instalação de uma Comissão de Inquérito (CI) para investigar a crise financeira da Prefeitura.
Apesar de os professores terem mostrado capacidade de mobilização na terça-feira, é consenso dentro do próprio sindicato que a situação financeira da Prefeitura é delicada e que, momentaneamente, não há muito o que se fazer, a não ser passar a impressão de que a classe tem força. O máximo que o Sismmar poderia fazer para pressionar o Executivo foi feito e, para tristeza de parte da categoria, Olizandro respondeu bem a pressão, pois não se negou a discutir cara a cara com o Sismmar e, o pior, em casos de confronto “patrão-empregado”, reconheceu que o magistério pleiteia um direito legítimo, mas que está impedido por lei de implantar qualquer tipo de avanço na carreira ou mesmo conceder reajustes salariais em virtude de o Município ter atingido o índice prudencial previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para despesas com a folha de pagamento. “Vocês vieram para a negociação com alguém que não tem nada para negociar. Nesse momento não sou patrão. O patrão é a lei”. E complementou: “Nem todos estão vendo a gravidade da situação. Estamos com uma dificuldade muito grande. Nós precisamos de muito diálogo”, afirmou Olizandro durante encontro na última terça-feira.
Fracasso na Câmara
O ato realizado no plenário da Câmara também não surtiu o efeito necessário para os manifestantes. Isto porque – nos bastidores – os vereadores não gostaram do comportamento dos professores que vaiaram os discursos de alguns edis. Eles também teriam se sentindo constrangidos com a insistência de integrantes do Sismmar para assinar o pedido de abertura de uma CI para investigar a crise financeira da Prefeitura. “O pessoal do Sismmar jogou os professores contra a gente no plenário da Câmara mesmo sabendo que aquele não era o procedimento correto para instauração de uma Comissão de Inquérito”, reclamou um edil para nossa reportagem, sob a condição de ter seu nome mantido no anonimato para evitar maiores desgastes.
Próximos passos
Objetivamente, a manifestação promovida pelo Sismmar serviu única e exclusivamente para marcar território, nisso teve sucesso. O próximo passo, segundo divulgou a assessoria da entidade, é buscar apoio junto a alunos e pais para um abaixo-assinado pedindo a exoneração de todos os cargos em comissão. Assim, o sindicato acredita que sobrará dinheiro para pagar os avanços da categoria. Resta saber se a medida dará certo.