Comerciantes criticam fiscalização da SMUR
Comerciantes retiraram todas as placas da frente das lojas

Não há dúvidas que Araucária ficou ainda mais bonita após o trabalho de fiscalização feito nos últimos dias pela Secretaria Municipal de Urbanismo (SMUR), visando a retirada de placas de publicidade em locais considerados irregulares segundo o Código de Obras e Posturas do Município (lei 2159/2010). No entanto, a ação não foi aceita com tranquilidade por alguns comerciantes da cidade. Segundo eles, existem várias outras prioridades no município e a SMUR está tentando atrapalhar o comércio, que já anda mal das pernas devido a queda no movimento.

“Acho que está havendo uma falta de bom senso da Prefeitura em entender as necessidades dos comerciantes. Sabemos que a lei é para todos, mas quem estava reclamando das placas? A quem elas (placas) estavam incomodando? Os comerciantes só queriam lutar pelo seu negócio, tentando atrair clientes. Agora a fiscalização vem e manda tirar tudo, inclusive o que nem estava atrapalhando. Isso não está correto”, reclamou um comerciante que preferiu não se identificar.

Ainda de acordo com ele, os “fiscais” da SMUR agiram de forma truculenta, ameaçando e caneteando os comerciantes. “Não vi um trabalho de orientação, mas sim de imposição e de intimidação”, acrescentou o comerciante.

A comerciante Marina Demochoski, da Banda da Marina, também não ficou satisfeita com o trabalho do Urbanismo. Ela diz que há 20 anos costuma colocar suas caixas de frutas na frente da banca, bem encostadas ao muro, e agora teve que retirar tudo. “Eu obedeci e recolhi tudo, apesar de as caixas não estarem atrapalhando os pedestres na calçada. Eles não precisavam ser tão rigorosos assim. A lei existe, mas não para prejudicar os comerciantes, e sim para ajudá-los”, pontuou Marina.

Da mesma opinião compartilha o proprietário do Aviário do Adilso, José Adilso Scaranto, que alega não ter aprovado a atitude da secretaria. “Minhas gaiolas não estavam obstruindo a calçada. O recuo é bem extenso e elas não atrapalhavam os pedestres, mesmo assim, fui intimado a recolhê-las. O mais estranho é que eu fazia isso há 16 anos e somente agora resolveram embaçar. A cidade precisa de tantas coisas bem mais importantes e isso eles não fazem. Esta lei precisa ser revista”, denunciou.

Jeitinho brasileiro
O secretário municipal de Urbanismo Elias Kasecker Junior, criticou a postura dos comerciantes e disse que eles estão reclamando sem razão, pois existe uma lei que precisa ser cumprida. “Devemos seguir a lei ou não? Primeiro a população exigiu que fosse feito um trabalho de fiscalização porque haviam muitas placas, cartazes, cavaletes, banners, entre outros espalhados pela cidade, em vários locais impróprios, principalmente de empresas e profissionais autônomos de fora, e nós tomamos uma providência. Agora estão reclamando de novo, mesmo vendo que a cidade está visivelmente mais limpa, mais bonita”, criticou.

Kasecker foi mais além na sua justificativa e disse que falta discernimento para alguns comerciantes. “Esta atitude, no meu entender, vem daquelas pessoas que têm uma visão curta, que não conseguem entender que o que atrai os clientes e faz aumentar as vendas não são as placas nas calçadas, nos postes, nas fachadas, pois existem outros tipos de publicidades, mais corretas e atrativas”, criticou Kasecker.

Ele lembrou ainda que a calçada é para o povo circular e não para colocar propagandas. “A Lei não foi feita pelo secretário, foi feita conforme as necessidades do povo. As pessoas precisam deixar de lado o tal do jeitinho brasileiro pra tudo”, ponderou.