A notícia de que o apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, estava na fila do transplante de coração, acendeu debates sobre como funcionam a doação e o transplante de órgãos. Segundo um levantamento recente do Sistema Estadual de Transplantes (SET), atualmente 3.300 pessoas esperam por um transplante no Paraná. A fila é maior para quem necessita de um rim – são 1.847 pacientes. Na sequência, 1.231 aguardam por um transplante de córnea, além dos que esperam por transplantes de fígado (204), coração (35), rim/pâncreas (23) e pulmão (18).
Essa fila poderia ser menor, não fossem a falta de informação e o preconceito, fatores que limitam o número de doações e impedem que muitas vidas sejam salvas. Sempre que uma pessoa tem o desejo de doar seus órgãos, ela deve conversar com seus familiares e amigos e apontar seu interesse. Eles serão responsáveis por assinar o documento autorizando a doação dos seus órgãos e tecidos.
Qualquer cidadão, após a confirmação da morte e mediante autorização da família, pode ter seus órgãos doados. Importante esclarecer que existem dois tipos de doadores: falecido, que são pacientes que foram diagnosticados com morte encefálica (ME), o que ocorre normalmente em decorrência de traumas e doenças neurológicas graves ou ainda de parada cardiorrespiratória (PCR; vivo, qualquer pessoa saudável pode ser doadora em vida de um dos seus rins ou parte do fígado para um familiar próximo (até 4º grau consanguíneo), porém quando a doação de um rim ou parte do fígado for para uma pessoa não aparentada, é necessária autorização judicial.
Dúvidas sobre a morte encefálica
O procedimento é muito seguro, pois médicos especialistas em áreas como medicina intensiva e neurologia examinam o paciente, fazendo o diagnóstico da morte encefálica, que é a interrupção irreversível das atividades cerebrais. Esse diagnóstico também é confirmado por exames complementares (imagem/gráficos) para comprovar que o encéfalo parou de funcionar.
É possível doar órgãos como o coração, rins, pâncreas, pulmões, fígado e também tecidos, como córneas, pele, ossos, valvas cardíacas e tendões. um dos principais preconceitos com relação a doação, é saber como o corpo da pessoa que doou seus órgãos será entregue à família para ser velado. Os órgãos doados são removidos cirurgicamente e o corpo é reconstituído condignamente e sem deformidades, podendo ser velado normalmente.
Os órgãos doados são destinados a pacientes que necessitam de transplante e estão aguardando em uma lista única de espera. Esta lista é fiscalizada pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde e Centrais Estaduais de Transplantes. A seleção de um paciente que aguarda por um transplante ocorre com base na gravidade de sua doença, tempo de espera em lista, tipo sanguíneo, compatibilidade anatômica com o órgão doado e outras informações médicas importantes. Todo o processo de seleção dos potenciais receptores é seguro, justo e transparente.
Araucarienses na fila
O Jornal O Popular entrou em contato com a Assessoria de Comunicação do Ministério da Saúde (ASCOM/MS), que informou existir atualmente 41 pacientes de Araucária que estão na fila por um transplante. Dentre eles, 2 aguardam transplante de fígado, 17 de rins e 22 para transplante de córneas.
Foto: Albari Rosa / AEN.
Edição n.º 1378