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Foto: Freepik

No último ano, o Paraná teve um aumento de 35% em casos de roubos e furtos de celular, comparado aos anos anteriores. Já no Brasil, o número de casos teve um aumento de 16,6%, em comparação com 2021.

Percebendo esse aumento preocupante, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou em dezembro de 2023, um aplicativo que tem como objetivo bloquear remotamente os celulares que foram furtados, assim protegendo os dados pessoais da vítima.

O aplicativo está fazendo sucesso, tanto que nos primeiros dias deste ano, mais de 1 milhão de usuários se cadastraram no aplicativo, chamado “Celular Seguro”.

Como funciona?

De acordo com informações da Agência Brasil, o aplicativo não possui limite para cadastro, mas para conseguir realizar, precisa disponibilizar o número de CPF do titular da linha. O bloqueio também pode ser realizado acessando um site por um computador.

Após o acionamento do bloqueio, as instituições financeiras que adotaram ao projeto realizam o travamento da conta. Além disso, é previsto que até fevereiro, empresas de telefonia também participem do projeto. É possível verificar todas as empresas que adotaram ao Celular Seguro nos termos de uso do aplicativo.

Bloqueio por acidente

O Celular Seguro deve ser usado apenas em casos onde o celular foi furtado ou roubado, já que ao acionar o bloqueio, o aparelho fica inacessível e não tem como realizar o desbloqueio pelo aplicativo. Um dos usuários comenta que ao realizar um teste no aplicativo, seu aparelho celular bloqueou, e que não conseguiu mais utilizá-lo. “Fui testar pra ver se dava certo e acabei travando meu celular, eu não sabia que teria problemas para desbloqueá-lo depois. Por um lado, até que isso valeu, pude ver que a ferramenta funciona mesmo”, declarou.

O usuário não foi o único a ser tentado pela curiosidade. Nos últimos dias, a internet vem mostrando muitos relatos de pessoas que estão realizando experimentos com o aplicativo, bloqueando o celular sem querer, não sendo possível realizar o desbloqueio depois. Mas atenção: é importante ressaltar que não é possível liberar o acesso às instituições financeiras e operadoras pelo aplicativo. Sendo possível apenas quando entrar em contato com as empresas e pedir o acesso. Entretanto, cada empresa tem seu método específico para realizar a liberação, e o modo de como cada uma realiza, pode ser verificado nos termos de uso do Celular Seguro.

De acordo com o portal de notícias TecMundo, o aplicativo deve ser usado apenas em casos de emergência, isso porque, por enquanto, não está previsto o desenvolvimento de um botão de desbloqueio.

Segundo o relato do araucariense Alisson S. Ferreira, da empresa Frame Marketing, as pessoas não foram suficientemente preparadas para usar a ferramenta. De acordo com ele, faltou publicidade para ‘preparar o terreno’. “O principal objetivo do aplicativo é minimizar os passos para bloquear o dispositivo, tanto que muitos usuários acabaram bloqueando seus aparelhos indevidamente, o que, paradoxalmente, demonstra a eficácia da plataforma em sua função principal. Agora o governo vai ter que pagar uma conta cara, tanto pra tentar mudar a percepção negativa do app, mas principalmente para mostrar como se usa, e o que não deve ser feito”, sugere.

Ele também conta que embora o Google e a Apple forneçam opções de bloqueios para os celulares, o Celular Seguro ainda oferece um melhor serviço já que integra funcionalidades adicionais, como bloqueio de contas bancárias. “Um efeito colateral positivo é que isso conscientizou muitos usuários que anteriormente não se preocupavam com a segurança de seus dispositivos móveis. O debate gerado pela eficácia e pelos problemas do app fez com que mais pessoas considerassem a importância de ativar recursos de proteção em seus aparelhos, algo que talvez não tivessem pensado antes”, observa.

Notícias falsas

Além dessa onda de bloqueios dos celulares por acidente, outro problema que está envolvendo o Celular Seguro, é a propagação de Fake News em relação ao propósito do aplicativo. De acordo com o portal de notícias Agência Brasil, o Ministério da Justiça alerta que o governo federal não tem acesso aos dados que estão salvos no aparelho celular do usuário, e o funcionamento do aplicativo segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Além disso, ele também faz o alerta em relação a golpes, e diz que o governo federal não envia e-mail ou links, que o registro tem que ser realizado por iniciativa do usuário interessado por meio do site ou aplicativo.

VICTÓRIA MALINOWSKI

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