Nas últimas semanas, a população está passando por momentos bastante difíceis devido as altas temperaturas. É comum que nessa época as pessoas adotem algumas mudanças para cuidar da saúde e tentar afastar o calor. Porém, esses cuidados precisam ser redobrados com relação às crianças, já que necessitam de auxílio de adultos para se cuidarem de forma adequada.

A pediatra Patrícia Beleski Carvalho de Oliveira, que trabalha na Clínica São Vicente e no Hospital Nossa Senhora das Graças (Curitiba), orienta pais, responsáveis e professores, sobre como cuidar das crianças em dias de calor intenso. Ela explica que a hidratação é essencial, com consumo frequente de água fresca durante o dia. “Com o aumento da temperatura do corpo nos dias muito quentes e maior perda de líquidos corporais pela transpiração, a criança pode apresentar desidratação, hipertermia, sonolência, letargia, desidratação, síncope e até óbito em casos extremos”, ilustra.

Os sinais de desidratação que devem ser observados nas crianças são: olhos fundos, bola seca, diminuição da quantidade de urina e com coloração mais alaranjada, alteração no sistema nervoso como cefaleia, letargia, sonolência ou irritabilidade. Patrícia também deixa claro que os horários indicados para passeios e brincadeiras ao ar livre devem ser realizados antes das 10 horas e após às 16 horas.

As roupas também são fatores importantes nos cuidados com a saúde das crianças. O ideal é usar roupas de tecidos naturais, de cores claras e folgadas, e se possível, optar por peças que tenham proteção ultravioleta. O uso de boné ou chapéu também não deve ser dispensado.

“O jeito certo de proteger as crianças de queimaduras solares é evitar o horário das 10h às 16h, utilizar protetor solar com proteção contra UVA e UVB e de preferência sendo fator 50 ou mais. É super importante lembrar de reaplicar a cada duas horas ou se ela tiver contato com água”, orienta.

Segundo a médica, a melhor forma de resfriar a criança, e evitar a hipertermia, é muita hidratação, uso de roupas frescas, e mantê-la em um local ventilado e fresco. “O calor intenso pode ocasionar desidratação, insolação, erupções cutâneas, alterações cardiovasculares como arritmias e alterações respiratórias”, diz.

Especificamente aos professores, ela orienta que as crianças não fiquem brincando no horário de maior calor, devido a intensidade da radiação solar em local descoberto ou muito fechado e abafado. A recomendação é que seja em um local arejado e protegido do sol. Quanto aos pais, devem mandar os filhos para a escola com roupas frescas e orientá-los a levar garrafinha de água para encher com frequência. A alimentação deve ser mais leve também.

“Se a criança passar mal e estiver muito sonolenta ou chegar a desmaiar, leve-a para um local fresco e bem arejado, tire o excesso de roupas e entre em contato com o SAMU. O mais importante é atuar na prevenção, por isso, nos primeiros sinais de desconforto, opte imediatamente pela hidratação da criança, tente refrescá-la com água em local fresco e arejado”, orienta.

A pediatra dá um alerta para os responsáveis nunca deixarem as crianças dentro do carro nesse período de calor intenso, porque as temperaturas podem aumentar em níveis que podem até levá-la ao óbito. “É muito importante que as famílias aproveitem o calor com as crianças, com muita diversão, brincadeiras, banhos de mangueira, entre outros. Lembrando sempre da supervisão de adultos, do uso do protetor solar, roupas frescas e muita água nas garrafinhas para criança ter acesso fácil o tempo todo, criando lembranças lindas do verão e dos dias quentes, mas com muita segurança para os pequenos”, finaliza.
Importante ressaltar que as orientações também valem para adultos e idosos. Nos casos onde a situação se agrava, é recomendado entrar em contato com os números de emergência imediatamente.

Edição n.º 1453. Victória Malinowski.