O mês de março é dedicado às mulheres não apenas pelo Dia Internacional da Mulher (08/03), mas também pela campanha de conscientização e combate ao câncer de colo do útero, uma das doenças mais comuns entre o público feminino.

O Dr. Brenno Vidotti, oncologista e mastologista da Clínica São Vicente, explica que o câncer cervical é causado principalmente pela infecção persistente por tipos de papilomavírus humano (HPV) de alto risco. No entanto, outros fatores podem contribuir para o desenvolvimento da doença.

Câncer de colo do útero e vacinação contra o HPV: saiba o que é como se prevenir
Foto: Divulgação. Dr. Brenno Vidotti destaca que a importância da vacina contra o HPV.

“A história de múltiplos parceiros sexuais e o início precoce da atividade sexual são fatores de risco significativos para a infecção persistente por HPV. O uso inconsistente de métodos de barreira, como preservativos, também pode aumentar o risco de infecção, além das condições que comprometem o sistema imunológico, como a infecção pelo HIV ou o uso de medicamentos imunossupressores, e também o tabagismo que é um fator de risco conhecido”, explica o médico.

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível que, se não diagnosticada e tratada precocemente, pode evoluir de uma lesão pré-cancerosa para um câncer. O exame Papanicolau desempenha um papel essencial no rastreamento da doença, pois detecta alterações celulares no colo do útero que podem indicar um pré-câncer ou um câncer já instalado.

“Os principais sintomas do câncer de colo do útero podem variar dependendo do estágio da doença, mas frequentemente incluem sangramento vaginal anormal, como sangramento pós-menopausa, sangramento intermenstrual e menstruação irregular. Outros sintomas comuns são corrimento vaginal anormal, que pode ser aquoso, rosado ou com odor fétido, e dor pélvica ou abdominal” declara o doutor.

O tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada, bem como do estado de saúde da paciente. “A prevenção do câncer do colo do útero é uma estratégia multifacetada que envolve principalmente a vacinação contra o HPV e a triagem regular (exames) para detecção precoce de lesões pré-cancerosas. Além disso, estratégias de prevenção incluem o uso de preservativos para reduzir a transmissão do vírus e a educação pública para aumentar a conscientização sobre a importância da vacinação e da triagem regular”, diz o oncologista.

IMPORTÂNCIA DA VACINA

O Dr. Brenno Vidotti destaca que a vacina contra o HPV tem se mostrado altamente eficaz na redução das lesões pré-cancerosas cervicais.

A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde de Araucária, relata que a vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus. “Estes tipos são responsáveis por verrugas genitais e câncer de colo do útero, de pênis, anal e oral”, explica a Divisão.

Embora muitas pessoas acreditem que apenas meninas podem ser vacinadas, isso não é verdade. A vacina contra o HPV é destinada a meninos e meninas de 9 a 14 anos, sendo aplicadas duas doses com intervalo de seis meses. O imunizante está disponível gratuitamente em todas as unidades de saúde.

“A vacina é a medida mais eficaz de prevenção contra o HPV. Ela estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos contra a doença, o que evita a infecção pelos quatro tipos mais prevalentes do vírus, sendo que dois (tipos 16 e 18) estão altamente relacionados ao desenvolvimento de câncer do colo do útero. As vacinas contra o HPV são seguras e os eventos adversos, que são comuns a qualquer vacina ou medicamento, podem ocorrer e são em sua maioria leves”, esclarece.

A proteção é de longa duração, garantindo uma resposta imunológica forte e prolongada. Além disso, não há necessidade de reforço da vacinação, pois estudos indicam que a imunidade permanece alta e estável ao longo dos anos.

Edição n.º 1456.