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Médico infectologista alerta sobre os perigos de contrair o vírus da gripe
Foto: Divulgação

A gripe é uma doença muito comum, principalmente durante as épocas de frio. Porém, grande parte da população não conhece os riscos de contrair o vírus e nem sabe identificar adequadamente, já que a gripe pode ser confundida com um simples resfriado.

O doutor Gabriel Takahara, infectologista da Clínica São Vicente, explica como identificar cada um deles e a gravidade que a gripe pode causar entre os grupos de risco. Primeiramente, ele diz que é preciso explicar em detalhes sobre esse vírus. Segundo o médico, a gripe é transmitida pelo vírus influenza, especialmente os tipos A e B. Enquanto o resfriado é causado por uma série de outros vírus, como, por exemplo, o rinovírus, o vírus sincicial respiratório (RSV), entre outros.

“De modo geral, o resfriado é uma condição mais branda e que se resolve sozinha, na maioria dos casos. A principal diferença entre as duas doenças está na intensidade dos sintomas. Essa intensidade pode variar de acordo com o tipo do vírus e do estado de saúde do paciente”, explica.

Médico infectologista alerta sobre os perigos de contrair o vírus da gripe
Foto: Divulgação. Doutor Gabriel dá algumas orientações de como evitar contrair o vírus

Para as pessoas com gripe, os sintomas mais comuns são: febre de início súbito; tosse seca; dor de cabeça; mal-estar; dores musculares; coriza; e dor de garganta. Os sintomas do resfriado são mais leves: nariz entupido; coriza; espirros; e dor de garganta. De acordo com o infectologista, o resfriado raramente ocasiona febre alta ou sintomas sistêmicos intensos nas pessoas.

“Nas crianças, além dos sinais respiratórios usuais, é frequente o aparecimento de sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos e diarreia. Também são comuns episódios de otite média e dores musculares, resultado de um quadro chamado miosite. Entre os idosos, a apresentação pode ser mais sutil e atípica. Fraqueza generalizada e cansaço excessivo costumam ser mais marcantes, embora febre e tosse ainda estejam presentes. É nesse grupo que há maior risco de complicações, incluindo alterações neurológicas, como a encefalopatia. Além disso, por conta de uma resposta imunológica menos vigorosa, os sintomas podem ser mais prolongados e, às vezes, menos evidentes”, declara.

O doutor Gabriel lembra que a transmissão ocorre em distâncias de menos de dois metros, por meio de gotículas liberadas quando a pessoa tosse, espirra ou fala. Ele também reforça que a transmissão do vírus pode acontecer ao tocar superfícies contaminadas, e em seguida, tocar nos olhos, nariz ou boca sem a devida higienização.

“Alguns grupos da população são mais vulneráveis a desenvolver complicações graves da gripe. Entre eles, destacam-se os idosos, as crianças pequenas, pessoas com doenças crônicas e indivíduos com o sistema imunológico comprometido. A maior suscetibilidade nesses casos está relacionada a fatores como idade, imunidade e presença de outras condições de saúde”, explica o médico.

VACINAÇÃO

Com isso, a vacinação contra essa doença é essencial e precisa ser feita anualmente, já que o vírus está em constante mudança. Essa alteração é conhecida como ‘deriva antigênica’, onde o vírus sofre pequenas mutações. Sendo assim, a vacina também precisa ser atualizada com base nessas mutações. É recomendado que a população receba a vacina anualmente, a partir dos 6 meses de idade e desde que não tenha contraindicações.

De acordo com o infectologista, as vacinas mais utilizadas atualmente são as quadrivalentes, que protegem contra quatro cepas principais do vírus: duas do tipo A (H1N1 e H3N2) e duas do tipo B (das linhagens Victoria e Yamagata).

“A vacinação é o meio mais eficaz de prevenção, porém existem outras medidas que também podem ajudar, como higienização frequente das mãos; cobrir a boca e nariz com o antebraço, ou com lenço descartável, ao tossir ou espirrar; pessoas com sintomas devem ficar em casa durante o período; evitar entrar em contato com pessoas doentes; e reforçar a limpeza de locais que são tocados com frequência”, orienta.

Para o médico, é sempre bom lembrar que a gripe pode levar a complicações mais graves, como a pneumonia. Além disso, o vírus também pode desencadear problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC) para pacientes com doenças crônicas pré-existentes. “Em pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma ou DPOC, a gripe pode agravar os sintomas e desencadear crises mais intensas, levando à piora da função pulmonar e, muitas vezes, à necessidade de internação. No caso de pacientes com diabetes, hipertensão arterial ou doenças cardiovasculares, a infecção viral pode descompensar o controle dessas comorbidades, além de elevar o risco de infecções secundárias, como a pneumonia”, finaliza.

SERVIÇO

A Clínica São Vicente está localizada na Rua São Vicente de Paulo, n.º 250, no Centro. Os telefones para contato são: (41) 3552-4000 ou WhatsApp (41) 98780-1440.

Edição n.º 1460. Victória Malinowski.

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