Um tipo de crime que tem sido recorrente em Araucária, causando prejuízos financeiros para os órgãos públicos, instituições privadas e também para o bolso da população, é o furto de cabos de cobre. A prática virou um tormento, pois além da falta de energia que afeta residências e empresas de modo geral, o ato criminoso dificulta a comunicação por meio de celulares, entre outras complicações.

Uma situação que chama a atenção das forças policiais é que o furto de cabos de cobre geralmente não é praticado por moradores em situação de rua ou em condições de absoluta vulnerabilidade socioeconômica, quase sempre apontados como autores. Virou uma espécie de negócio, pois os casos de furtos só crescem e os estabelecimentos receptadores do material roubado estão cada vez mais ‘malandros’ em driblar as ações policiais.

Segundo o delegado de Polícia Civil de Araucária, Erineu Portes, as vendas dos materiais roubados em Araucária geralmente são feitas em Curitiba, e vice-versa, na tentativa de despistar a polícia. “Fizemos recentemente uma operação que mirou nesses possíveis receptadores, mas nada foi encontrado. As denúncias de furtos de cabos e fios geralmente não acontecem em tempo real, o que também dificulta o trabalho da polícia”, analisou.

Portes diz ainda que, mesmo que os flagrantes sejam difíceis, a população pode colaborar com as forças de segurança, denunciando atividades suspeitas na rua ou em áreas próximas da sua residência ou do trabalho.

O comandante da 2ª CIA da Polícia Militar de Araucária, 1º Tenente Francimar Zamierowski, também fez uma análise do problema, e disse que o furto de fios elétricos é um crime que afeta todos nós. “Em um levantamento recente, identificamos 17 ocorrências, totalizando mais de 230 metros de cabos furtados. Esses crimes afetam diretamente obras, redes de energia e sistemas de comunicação. Em alguns casos, conseguimos recuperar os materiais e prender os autores em flagrante – fruto da pronta resposta da nossa tropa e da colaboração da comunidade. Mas, infelizmente, muitos furtos só são percebidos após a ação criminosa, o que dificulta a identificação dos responsáveis e a recuperação dos materiais. Os alvos mais comuns têm sido canteiros de obras e redes elétricas em locais menos movimentados”, comentou.

O comandante também argumentou que o impacto vai além do prejuízo financeiro. Isso porque um fio furtado pode deixar bairros inteiros sem luz, prejudicar o funcionamento de semáforos, escolas, hospitais e postos de saúde, além de causar acidentes graves por choque elétrico.

“A Polícia Militar de Araucária está intensificando o patrulhamento preventivo e o trabalho de inteligência para coibir essas ações. Também estamos em contato com empresas, prefeitura e órgãos responsáveis para reforçar a segurança em locais vulneráveis. Pedimos à população que denuncie qualquer atitude suspeita, principalmente pessoas mexendo em cabos ou fiações sem identificação profissional. A ligação é gratuita e pode ser anônima: Disque Denúncia 181 ou Emergência 190”, afirmou o Tenente.

A Guarda Municipal de Araucária também tem intensificado suas ações no combate aos furtos de cabos e fios, e recentemente fez uma apreensão gigantesca, que totalizou uma tonelada de materiais roubados.

OS FURTOS EM NÚMEROS (2025)

Polícia Militar
237,82 metros de cabos e fios elétricos furtados
8 ocorrências em lojas de materiais de construção
9 relacionadas à furtos de cabos de energia nas ruas
2 ocorrências em lojas de aviamentos

*Na maior parte das ocorrências, os autores foram presos e os materiais apreendidos, e nas demais foram feitos registros dos furtos para posterior investigação.

Polícia Civil
Apreensões cadastrados por metragem – 227 metros
Apreensões cadastradas por peso – 1.001,5 kg

*A avaliação feita pela DP, somando todas as apreensões, ficou em R$22.400.

Guarda Municipal
28 ocorrências relacionadas à furto de cabos
Apreensões por pesagem – 1.300 kg de cabos de telefonia
Apreensões por metragem – 36 metros de cabo de telefonia

*Somente na última apreensão de cabos de energia, o total foi de uma tonelada.

Edição n.º 1473.