A Delegacia da Mulher de Araucária concluiu o inquérito policial e indiciou o padrasto de 51 anos que abusou da própria enteada pelos crimes de perseguição, causar dano emocional, estupro, estupro de vulnerável, cárcere privado qualificado, constrangimento e filmar conteúdo de ato sexual sem autorização.

No dia 16 de setembro, o suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de estupro, cárcere privado e perseguição. Na residência dele, no bairro Porto das Laranjeiras, foram apreendidas as câmeras utilizadas para monitoramento e vídeos dos abusos no celular.

A captura aconteceu depois que a vítima foi encorajada pela irmã a comparecer na unidade policial para denunciar o padrasto. No dia, ela usou a desculpa que levaria as crianças a unidade de saúde. Na Delegacia, durante o período em que registrava a ocorrência, ela recebeu diversas ameaças do agressor pelo telefone.

Durante a investigação, a Polícia Civil reuniu elementos de prova que permitiram o indiciamento do indivíduo por sete crimes praticados contra a vítima. Segundo apurado nas investigações, o suspeito, antigo padrasto da vítima, cometia abusos desde quando ela tinha sete anos. Aos 16, a menina teria sido forçada a se casar com ele após engravidar. Hoje ela tem três filhos com este homem.

Durante o relacionamento, que perdurou por mais de duas décadas, ocorreram agressões físicas e psicológicas, restrições à liberdade, monitoramento por câmeras instaladas na residência e controle sobre o celular e os deslocamentos da vítima, hoje com 29 anos.

O homem também a obrigava a se relacionar com outros homens e os atos eram registrados em vídeo. “Ao longo das diligências, apreendemos diversos objetos que ele utilizava ou fazia outros homens utilizarem na vítima durante a prática dos abusos. A mulher também prestou depoimento e declarou que até os 14 anos foi vítima de ao menos 50 abusos por parte do agressor”, explica o delegado Eduardo Kruger, titular da DM.

Com a conclusão do inquérito policial, o caso foi remetido ao Ministério Público, que deverá oferecer ou não denúncia contra o acusado.