O homem de 51 anos investigado por violentar sexualmente e manter a própria enteada em cárcere privado durante 22 anos foi denunciado criminalmente pela 4ª Promotoria de Justiça de Araucária. O denunciado responderá pelos crimes de estupro, estupro de vulnerável, estupro coletivo, cárcere privado, perseguição, registro não autorizado de intimidade sexual – todos majorados ou qualificados no âmbito da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006) e dano emocional provocado à mulher. O processo tramita sob sigilo na Vara Criminal de Araucária.

O réu começou a praticar os crimes quando a enteada ainda era uma criança, de apenas 7 anos – hoje ela está com 29. O caso veio à público no dia 16 de setembro, quando a vítima conseguiu fugir., alegando que precisava levar os filhos a um posto de saúde, quando na verdade procurou a Delegacia da Mulher.

Em seu depoimento, relatou à polícia que sofria os abusos por parte do padrasto desde os 7 anos de idade, engravidou dele aos 16 e depois foi obrigada a se casar com o homem. A vítima também disse que o homem a monitorava por meio de câmeras de segurança e a obrigava a se relacionar com outros homens e gravava os estupros. O acusado também a impedia de utilizar métodos contraceptivos, o que a levou a ter três filhos com ele.

O delegado Eduardo Krüger falou que no momento em que a vítima fazia a denúncia da Delegacia, o denunciado ligou mais de 30 vezes e mandou mais de 15 áudios para ela, alguns com ameaças. Após a mulher registrar a denúncia, o homem foi preso e, durante o interrogatório, negou os crimes.

A vítima e seus filhos estão sendo atendidos pelos órgãos da rede de proteção da comarca de Araucária.