Desde que a Prefeitura instalou em pontos estratégicos da cidade 44 câmeras de monitoramento, que deveriam aumentar a sensação de segurança entre a população, o sistema enfrenta problemas. Foram duas etapas de instalação: a primeira com 26 equipamentos, dos quais 24 estão operando perfeitamente e dois estão em manutenção e a segunda com 18 câmeras, que acabaram gerando um grande ônus para os cofres públicos.
“Nesta segunda etapa foram compradas 18 câmeras que foram instaladas no final do ano de 2012 e estão em operação, mas até agora a empresa não entregou oficialmente o serviço, ou melhor, entregou um serviço diferente do que estava previsto no edital. Por isso não podemos mexer nos equipamentos, senão os mesmos perdem a garantia”, explicou Marcelo Luczyszyn, diretor geral da Secretaria Municipal de Segurança Pública (SMSP), que recebeu a reportagem do Popular no Centro de Controle de Operações (CCO). Por conta disso, em 30 de setembro de 2013, a Prefeitura notificou a empresa responsável pelo serviço e, no último dia 13 de dezembro, começou a tramitar um processo de punição contra a mesma, que poderá impedi-la de realizar vários procedimentos como participar de licitações, concorrências, entre outros.
Sem zoom
Outro problema, talvez ainda mais complicado, está na falta de manutenção dos equipamentos, o que dificulta a captação das imagens com nitidez. A maioria dos equipamentos está instalada a uma altura de 18 metros de altura e a limpeza só é possível com o uso de um guindaste. “A Prefeitura não tem este tipo de caminhão e para alugar um, o custo por dia é muito alto. Além disso, a manutenção não foi prevista no Orçamento. Sendo assim, as câmeras estão sem limpeza e quando o operador aproxima a imagem, a mesma fica distorcida. As câmeras também deveriam ter um alcance de 300 metros de captação de imagens, o que não ocorre devido a problemas nos sinais via comunicação de rádio”, explica o diretor geral.
“No piloto automático”
As câmeras giram automaticamente em quatro posições, o tempo todo. Para fixar a imagem em algumas pessoas suspeita, por exemplo, é preciso que o operador esteja no controle. Muitas vezes este funcionamento automático não consegue detectar o ato ilícito, o que ocorre somente quando o operador está no comando.
“Não temos uma equipe de guardas municipais ideal para ficar no CCO durante 24 horas. O que temos hoje são três GMs por escala, incluindo um comandante de equipe, para monitorar toda a cidade através das 44 câmeras, isso sem contar que os mesmos guardas ainda fazem o atendimento de emergência através do fone 153 e cuidam dos alarmes dos próprios públicos”, argumentou Marcelo.
Para o diretor geral da SMSP, existem algumas medidas que poderiam dar início a um processo de solução deste problema enfrentado pelo Município. Uma delas seria a terceirização do serviço do CCO, o que liberaria os guardas municipais para o serviço operacional de rua. “Outra medida seria ampliar o número de câmeras, porque alguns pontos críticos da cidade ainda estão descobertos. No entanto, isso só poderá ser feito se antes corrigirmos os erros do atual sistema”, esclareceu.
Texto: Maurenn Bernardo / Foto: Everson Santos