Ao longo das últimas semanas têm sido várias as manifestações de moradores de Araucária alegando que não têm sido aproveitados para ocupar as vagas que estão sendo criadas em razão da parada de manutenção da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Mais sobre um desses protestos pode ser lido na página sete desta edição.
O que tem revoltado ainda mais esses trabalhadores seria o fato de existir uma lei aprovada recentemente pela Câmara de Vereadores obrigando que, no mínimo, 70% das vagas geradas em obras como a da parada da Repar sejam destinadas aos araucarienses. Bastante polêmica, o documento é considerado inconstitucional por advogados ouvidos pelo O Popular do Paraná. Porém, como até agora ninguém questionou judicialmente a lei, pelo menos em tese ela segue valendo.
Independentemente da legalidade ou não da lei, nossa reportagem procurou as quatro principais empreiteiras que serão as responsáveis pela parada da Repar, que está marcada para começar no dia 18 de julho e durar cerca de trinta dias. São elas: G&E Manutenção, Engecampo Engenharia, Método Potencial Engenharia e Estrutural Serviços Industriais. Segundo essas empresas, ao contrário do que os trabalhadores imaginam, a grande maioria dos contratados até agora para atuar na manutenção da refinaria é sim residente em Araucária.
Ao contrário da previsão inicial de que a parada geraria em torno de dois mil postos de trabalho, essas quatro empreiteiras estimam as contratações em 1.325 homens e mulheres. Os trabalhos são divididos em duas etapas: pré-parada e a parada propriamente dita. Para a fase de pré-parada já foram contratadas 382 pessoas. Outras 365 também já estão tendo suas carteiras assinadas para atuar na fase da parada, o que totaliza 827 vagas geradas até o momento. Ou seja, ainda estariam pendentes de contratação 498 postos.
Mais de 80%
Os números repassados pelas empreiteiras dão conta de que dessas 747 pessoas já empregadas 690 são moradores de Araucária. Ou seja, mais de 83% do total (veja na tabela abaixo). O efetivo de fora da cidade que atuará na parada soma 137 pessoas, sendo que, segundo as empreiteiras, quase a totalidade deles vem de outras obras que elas mantinham em outras regiões do Brasil. São o que eles chamam de “vagas de transferência”.
Vagas
Pelo quadro de vagas disponibilizado pelas empresas, a que ainda possui mais oportunidades disponíveis é a Método Potencial Engenharia, que selecionou apenas 97 dos 390 que pretende contratar.
Texto: Waldiclei Barboza / FOTOS: EVERSON SANTOS