Há quatorze anos a Prefeitura de Araucária oferece um projeto recentemente premiado no Congresso Sesi ODS: as Oficinas de Leitura e Escrita de Araucária desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde por fonoaudiólogos.
Na UBS do Boqueirão o projeto já tem 12 anos e é coordenado pela fonoaudióloga Regina Gabardo. Crianças a partir de três anos e seus familiares podem participar. As oficinas de leitura acontece duas vezes por semana. Cada oficina tem duração de 90 minutos e é realizada em quatro etapas: a primeira é o “momento da novidade” quando após o acolhimento as crianças são convidadas a contar uma novidade da semana, e a que quiser o faz. O segundo momento é a narrativa da história com emoção e sentimento para despertar a curiosidade e imaginação das crianças. Após, é o momento de se trabalhar o sentimento ou comportamento abordado na historinha contada. As oficinas contam com o apoio de psicólogos que trabalham para que as crianças entendam da maneira delas a moral da história, dando sua opinião, críticas e relacionando os temas com a sua vida. Na UBS Boqueirão temos o apoio da psicóloga Salete Severino. Na quarta e última etapa é hora de escolher um livrinho que a criança leva para casa e deverá ser devolvido na semana seguinte.
“Trabalhamos nas oficinas vários pontos, desde os cuidados que se deve ter com o livro, a importância da família participar lendo para a criança a história, conversando sobre a mesma, levando em conta que este momento em casa deve ser prazeroso para que a criança crie o hábito e o gosto pela leitura”, conta Regina, coordenadora da oficina leitura na UBS Boqueirão.
Regina afirma que o principal objetivo do projeto é promover o letramento e possibilitar que a criança se constitua como leitor, escritor e crítico. “Não é possível mensurar quantitativamente os resultados, mas é perceptível a mudança de relação que a criança e a família estabelecem em relação com à leitura. Deixa de ser uma obrigação para ser um prazer. É emocionante verificar a preocupação da criança na escolha do livrinho, muitas vezes pedindo algum em especial, isto acontece mesmo com as crianças de menor idade. A importância que dão para a carteirinha que faço com a foto delas que permite a retirada do livrinho”, conta entusiasmada.
Observar a forma como o projeto cresceu e fez parte da vida de muita gente também é algo recompensador. Segundo a coordenadora, hoje participantes que já estão na faculdade, que são mães e vão à unidade a procuram para dar um abraço e contar as novidades. “Cada vez que isso acontece temos a certeza de que promovemos momentos significativos na vida de cada criança. Ressalto também a participação da família que é fundamental para a continuidade do nosso trabalho”, afirma.
Texto: Danielle Peplov
Publicado na edição 1145 – 10/01/19