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Em um caderno, morador anota todos os protocolos de serviços junto à Copel. Foto: divulgação
Moradores são prejudicados com as constantes e longas quedas de luz
Em um caderno, morador anota todos os protocolos de serviços junto à Copel. Foto: divulgação

“Palhaçada”! Este é o desabafo dos moradores das áreas rurais de Guajuvira de Cima e Rio Abaixinho, que estão enfrentando sérios transtornos com as constantes quedas de energia elétrica que vêm ocorrendo por lá. Tudo bem quando a interrupção acontece esporadicamente, mas quando a situação já vira rotina, os problemas passam a se transformar em questões mais críticas, como ter que tomar banho frio, comer alimentos estragados, ter os eletrodomésticos danificados, isso sem contar os prejuízos para quem depende de equipamentos eletrônicos para trabalhar.

E esta tem sido a realidade desses moradores. Um deles, que reside em Guajuvira, chegou a relatar que na sua casa falta energia todo santo dia. Ele afirma que já perdeu a conta de quantas vezes ligou para a Copel e de quantos protocolos de atendimento ele registrou. “Está tudo anotado em um caderno, dia, horário da interrupção e retorno da luz, e qual a explicação dada pela companhia no dia. O pior é que essa situação já dura cerca de dois anos. Em determinada ocasião a Copel enviou técnicos aqui e a situação deu uma melhorada, mas agora piorou de vez”, lamentou.

Além do caderno onde registra todos os protocolos, o morador alegou que fez uma denúncia diretamente na Ouvidoria do Estado, e aguarda um posicionamento. “A comunidade do Rio Abaixinho já entrou até na Justiça por conta disso”, acrescentou.

A direção do Colégio Estadual Araucária, que funciona no mesmo prédio que a Escola Municipal João Sperandio, no Rio Abaixinho, disse que todos os dias há falta de luz, e já teve ocasiões em que as aulas tiveram que ser dispensadas antes do horário. “É prejuízo pra todo mundo, e quando chove é pior, ficamos sempre à mercê da instabilidade da energia elétrica. Geralmente eles falam que vão deslocar alguém para ver o problema, e até vem, mas só resolvem naquele momento, depois volta a acontecer”, disse o diretor.

O proprietário de uma oficina mecânica localizada na marginal da rodovia, perto da Escola Sperandio, também tem sido prejudicado com as constantes quedas de luz. “Dependemos da luz para trabalhar, sem ela nossos equipamentos ficam parados, e isso atrasa nosso serviço”, reclamou.

Outro morador da região comentou que Araucária está muito acima da média nacional para períodos sem energia. “Teve uma situação onde, em menos de 24 horas, faltou luz três vezes, e na última queda, ficamos das 18 horas até às 9 horas da manhã do dia seguinte. Um absurdo! Só queremos que a Copel explique o que está acontecendo”, denunciou.

Explicações

A reportagem do Jornal O Popular entrou em contato com a assessoria de imprensa da Copel, que nos enviou a seguinte resposta: em setembro, quatro grandes vendavais provocaram a interrupção do fornecimento para o circuito de média tensão, que atende as localidades de Rio Abaixinho e Guajuvira de Cima. A sequência de desligamentos se deu devido às descargas atmosféricas e, principalmente, da queda de árvores sobre a rede elétrica. Na última destas ocorrências, na noite do dia 18 de stembro, um transformador foi atingido por um raio, sendo causa de pelo menos dois desligamentos acidentais nos dias seguintes. Ainda segundo a companhia, as quedas de energia foram ocasionais, decorrentes das fortes chuvas que caíram na região metropolitana de Curitiba neste final de inverno.

Interrogada sobre possíveis intervenções na região, como a troca de equipamento ou ampliação de rede, a Copel explicou que já programou vistorias no referido circuito, que começaram ainda nesta quarta-feira, 25 de setembro, e serão estendidas até a próxima semana, para identificar possíveis danos causados a outros componentes da rede elétrica.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1182 – 26/09/2019

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