O Exame Nacional do Ensino Médio – Enem 2020, registrou um número altíssimo de candidatos ausentes no primeiro dia de provas, realizado no domingo, 17 de janeiro. Segundo dados do INEP, no Paraná, dos 233.215 candidatos, 121.637 não compareceram, ou seja, 52,2% dos inscritos. O Instituto não divulga dados por município, portanto, não foi possível saber o total de faltantes em Araucária. Ainda de acordo com o órgão, o número é preocupante, pois no ano passado a abstenção no primeiro dia de provas foi de 23,1%, mas pode ser justificado com a crise pandêmica que afeta o país. No primeiro dia os candidatos responderam 90 questões objetivas e produziram uma redação com o tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.
Na última edição publicada no dia 14 de janeiro, três dias antes da prova, a reportagem do Jornal O Popular ouviu alguns alunos para saber deles como foram os preparativos para o primeiro dia, diante de um ano de ensino remoto e de muitas incertezas provocadas pela pandemia. Passadas as provas, a reportagem voltou a conversar com dois desses alunos, para ouvir uma opinião sobre o tema da redação, sobre o nível das questões e as condições em que encontraram suas salas, se estavam lotadas e respeitando as regras impostas pelos órgãos de saúde.
No seu primeiro Enem, o estudante Gabriel de Lima Gomes, 17 anos, disse que se surpreendeu com o nível da prova, esperava que fosse pior. “Eu estava em total nervosismo, mas consegui me concentrar, principalmente porque me senti seguro, minha sala, na Escola Municipal Professora Balbina Pereira de Souza, estava higienizada e com poucas pessoas. O aplicador e o chefe foram muito atenciosos e responsáveis, apresentaram tudo de maneira eficiente e me deixaram mais confortável, A redação também não teve um tema muito difícil, e acho importante terem colocado em pauta as doenças psicológicas, algo muito comum na nossa sociedade. E com a pandemia, muitas pessoas descobriram essas doenças. Confesso que estou apreensivo quanto ao segundo dia, por conta das questões que envolvem cálculos, não o meu forte, mas farei o meu melhor”, relatou.
Gabrielle Souza de Oliveira, 17 anos, que fez prova na Escola Sebastião Tavares da Silva, comentou que estava nervosa por conta da situação da Covid 19, mas quando chegou na sala de provas, viu que estava tudo organizado, carteiras respeitando o distanciamento e o fato de haver muitos estudantes faltantes, permitiu que a sala ficasse ainda mais tranquila. “Vendo todo aquele cuidado, fiquei mais aliviada e consegui focar na prova. O problema é que estudei muito sobre vários temas possíveis para a redação, e caiu um totalmente diferente. Ainda assim, sei que é um tema extremamente importante, que precisa ser falado. Tive um pouco de dificuldade para organizar uma linha de pensamento, mas no final deu tudo certo. Para o segundo dia, tenho certeza que estarei mais tranquila, a condição da sala não será mais uma novidade, e é só torcer para que as questões não estejam muito difíceis. Também quero organizar melhor o tempo de resposta de cada questão, para que consiga responder tudo”, considerou a jovem.
Texto: Maurenn Bernardo
Publicado na edição 1245 – 21/01/2021