A idosa de 73 anos, que foi resgatada na tarde de terça-feira, 6 de abril, em uma residência no bairro Campina da Barra, em situação de abandono, morreu na manhã desta quinta-feira, 8, enquanto era levada para um hospital. O resgate da idosa, que era portadora de Alzheimer, aconteceu após a Polícia Civil receber uma denúncia anônima. Ela foi encontrada sozinha e trancada dentro de casa. A equipe do Grupo Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre), que atendeu a ocorrência, precisou estourar um cadeado para conseguir entrar no local e chegar até a senhora. Ela estava deitada em uma cama e apresentava dificuldades para se movimentar.
Após ser resgatada a idosa foi encaminhada para o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas). Considerando que ela não estava bem de saúde e não conseguia andar, a assistência social solicitou uma visita da Unidade de Saúde. Na visita, a equipe médica percebeu que ela apresentava dificuldades para respirar e acionou o Siate. A senhora foi colocada na ambulância, mas seu quadro de saúde piorou e ela acabou morrendo a caminho do hospital. A partir de então, o caso, que estava sendo investigado apenas como abandono de idoso, passa a apurar também se a morte ocorreu em decorrência da omissão.
Vizinhos da idosa disseram ter ficado chocados com a situação. “A gente percebeu que ela tinha sumido, até achamos que tinha se mudado daqui, mas nunca podíamos imaginar que ela estava sendo mantida em cárcere privado”, relatou um deles, que preferiu não se identificar.
Outro vizinho comentou que já tinha ouvido falar que a idosa estava com Alzheimer, e como todos trabalhavam fora, começaram a trancá-la para que não fugisse de casa. “A gente via quando vinham aqui e traziam comida pra ela, mas não sabíamos que ficava em casa trancada, sozinha, e ainda era mal cuidada, como foi dito pela polícia”, relatou.