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Agosto Azul destaca a importância da prevenção de doenças entre os homens
Dr Fabio alerta os homens a cuidarem mais da saúde. Foto: divulgação

A campanha Agosto Azul tem por objetivo orientar e conscientizar a população masculina sobre a importância de manter hábitos saudáveis. Isso porque é preocupante para a saúde pública, o fato de o homem geralmente buscar o serviço quando o problema já está instalado e muitas vezes evoluindo de maneira insatisfatória, causando consequências como agravo da doença, menor possibilidade de tratamento e cura e ainda, maior ônus para o SUS. A campanha de incentivo ao cuidado com a saúde do homem foi instituída no Paraná pela Lei nº 17.099/2012. O Agosto Azul serve para trazer informação para que o homem reflita, entenda, aprenda, se motive e adote hábitos de vida saudáveis.

O médico urologista Fabio Maurizio Nery lamenta que o homem tenha o hábito de procurar o médico somente quando tem alguma queixa, alguma dor ou algum sintoma, diferente da mulher, que tem o costume de ir ao ginecologista desde a infância com a mãe. “Realmente, é muito importante que mudemos essa visão. O homem deve procurar um médico para fazer um check-up, pois em cada etapa da vida ele precisa realizar exames e avaliação física específicas”, explica. De acordo com o médico, os homens têm mais dificuldade em buscar ajuda médica por questões culturais. Provavelmente não viam os pais irem ao médico, como acontece com as mulheres, e dessa forma acabavam achando que só tinham de fazê-lo quando apresentassem algum tipo de dor ou sintoma. “Em muitos casos, quando isso acontece, já é uma situação tardia, e às vezes a gente trata a situação em um cenário pior. Como por exemplo, uma diabetes, uma pressão alta, onde o homem inicialmente não tem sintomas e se esperar por eles, é porque realmente já está com vários anos da doença e já apresenta lesões irreversíveis em vários órgãos. Por isso é importante procurar um médico mesmo que não tenha sintomas”, frisa o especialista.

Consequências da pandemia

Segundo o urologista da Clínica São Vicente, a pandemia contribuiu com o aumento de algumas queixas que chegam ao consultório. “Tivemos uma crescente nas queixas sexuais, tanto de disfunção erétil, quanto de ejaculação precoce, que são duas condições que podem estar relacionadas ao estresse e a ansiedade”, destacou.

Além disso, Dr Fabio cita outras doenças mais comuns entre o público masculino, as quais variam conforme a idade. “Nos jovens seria a fimose e a varicocele, por exemplo, que são condições que podem vir a atrapalhar a fertilidade futura. Em homens mais velhos a situação mais comum, na questão urológica, é a próstata. Os sintomas prostáticos ocasionam aumento na quantidade de vezes que o homem precisa ir ao banheiro urinar e o o jato fica mais fraco. Lembrando que para cada etapa da vida, existem exames específicos”, esclarece.

Campanha

Outro ponto que o Dr Fabio destaca é a crença de que o homem precisa ir ao médico somente após os 40 anos. Para ele, os cuidados com a saúde devem começar desde cedo na vida do homem. “Temos até uma campanha que a Sociedade Brasileira de Urologia está fazendo, justamente mostrando que os cuidados com a saúde devem começar ainda na adolescência. É uma campanha com a hashtag #VemproUro, cujo enfoque é levar o adolescente do sexo masculino ao médico, e a ação tem uma abordagem mais ampla, pois orienta o jovem, inclusive, sobre como lidar com questões de saúde durante a pandemia. É muito importante essa orientação com relação, principalmente, às doenças sexualmente transmissíveis, que ultimamente têm aumentado demais no consultório, o que tem preocupado os médicos. Importante ainda para fazer uma análise e saber se está tudo bem com a parte genital, a parte urinária e o bem-estar geral desse paciente”, comenta o urologista.

Sobre a campanha Agosto Azul, o médico reforça que é de extrema relevância, porém os cuidados com a saúde masculina devem ser seguidos em todos os meses do ano. Mesmo porque, segundo ele, os homens são mais vulneráveis às doenças mais graves e crônicas, justamente por não realizarem exames preventivos. “Habitualmente eles têm hábitos de vida geralmente piores que os das mulheres com relação a alimentação, a bebidas alcoólicas, uso de drogas e a comportamentos de risco. Então, sem dúvida, acredito que o homem tem mais chances de ter doenças crônicas do que a mulher”, frisou o médico.

Texto: Maurenn Bernardo

Publicado na edição 1275 – 19/08/2021

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