Com a crise econômica provocada pela Covid-19 e as medidas de restrição de combate à doença, muitos comércios viram o lucro despencar e tiveram que fechar as portas ou demitir funcionários. Outros, porém, conseguiram driblar a crise e manter seus comércios e empresas ativos.
É o caso do empresário Maicon de Matos Boaventura, dono do T’Challa Bar, que abriu o estabelecimento há 11 meses, em meio à pandemia da Covid 19. Não foi fácil, pois segundo ele, as restrições impostas pelos decretos, chegando a impedir a abertura do bar, acabaram trazendo prejuízos para os negócios, que estavam apenas começando.
“Durante a pandemia, antes mesmo da vacinação ser mais abrangente, tivemos algumas restrições, inclusive tivemos que fechar, e observamos que, mesmo assim, o número de casos não reduziu, causando um impacto negativo gigante para muitas empresas. Percebemos agora que a vacinação foi a única forma que ajudou. Conforme a vacinação avançou, a situação melhorou muito. É claro que entendemos que naquele momento, as restrições talvez fossem a única forma de combate. Mas infelizmente os reflexos surgiram, e foram ainda piores para alguns setores”, comentou Maicon.
Cuidados com o cliente
Na Churrascaria Cristal, uma das sócias proprietárias, Tatiane Carneiro Bochi, disse que foi necessário se reinventar para atravessar a crise. Há 10 anos em atividade, a casa viveu o seu pior momento”. “De repente tivemos que nos adaptar e foi um processo muito difícil, mas dentro do possível, deu tudo certo. Procuramos seguir todas as recomendações da Secretaria de Saúde, deixando de visar lucro e focando apenas na manutenção do estabelecimento e no bem estar do cliente. Instalamos vários pontos com álcool em gel, disponibilizamos luvas descartáveis para os clientes se servirem no buffet, e distanciamos as mesas. Nesse momento em que os decretos estão mais flexíveis e a vacinação avança, estamos nos reerguendo, mas manteremos todos os cuidados já tomados até o dia de hoje”, disse a empresária.
“Recorri ao empréstimo!”
Há 16 anos no mercado, a loja de confecções masculinas e femininas Limão Doce, sofreu com a queda drástica no movimento e o consequente prejuízo financeiro. “Passamos muitos dias com as portas fechadas e mesmo quando podíamos abrir, o movimento era fraco demais, dava pra perceber que poucas pessoas saiam às ruas”, comentou a proprietária Marcia Regina Scherreier.
Ela conta que para conseguir manter a loja aberta, teve que recorrer a empréstimos. “Atualmente estou participando da Campanha de Natal da ACIAA, na expectativa de um aquecimento nas vendas, já que para o comércio, essa é a melhor data do ano. Preciso vender a mercadoria que está parada e buscar produtos mais acessíveis, para um giro mais rápido”, reiterou.
Congelar preços
“O impacto foi grande, pois com a suspensão dos eventos, ficamos sem expectativa de renda”. O depoimento é da proprietária da loja Faça a Festa, que trabalha com artigos de decoração para festas e outros eventos, Maria Márcia Vidolin Paluski. A loja existe há 30 anos, mas de acordo com a empresária, viveu um de seus momentos mais preocupantes, ainda assim, conseguiu superar a crise e se manter firme.
“No primeiro momento suspendemos as visitas dos clientes e as locações, procurando nos proteger e também proteger os outros. Agora o momento é outro, as reservas estão começando a vir e nossos planos são manter os preços congelados e ficar atentos às normas de saúde e portarias estabelecidas em conformidade com a Lei e exigências, sejam da Saúde, do Governo ou outros órgãos. E seguindo as orientações, esperamos que todos tenham consciência e respeito consigo e com o próximo, para que essa pandemia seja controlada e as pessoas tenham mais respeito pela vida”, observou Maria Márcia.
Ela disse ainda que a loja estará disponível para as festividades do final de ano. “Faremos o melhor para tornar seu evento feliz. Por isso nosso diferencial é mandar o material limpo e higienizado, com toda dedicação e cuidado”, prometeu a empresária.
Mudança de ramo
Roseli Ferreira é a proprietária da Ferreira Lampe Transporte Escolar, que atua em Araucária desde 2006. Ela relata que a empresa parou de faturar desde maio de 2019. “Com o impacto negativo causado pela pandemia, tivemos que deixar a empresa de lado e nos reinventar, partindo pra outro segmento. Muitos colegas já não estão mais no transporte escolar, alguns venderam os veículos, funcionários foram demitidos. Eu mesma não retomei as atividades com transporte escolar este ano, pelo fato de não ter demanda suficiente de clientes”, disse.
Indagada se tem expectativas positivas para 2022, a empresária comentou que pretende analisar o mercado antes de um possível retorno. “No final do ano, os planos são de poder reunir a família e celebrar, nada mais que isso”, ressaltou.
Tempo de espera
O empresário Carlos Antônio Gerszewski, proprietário do Elegância Espaço de Eventos, relata que precisou suspender os eventos por um tempo, e isso foi muito desanimador. “Mas ao mesmo tempo sabíamos que era preciso parar até que tudo pudesse melhorar e para garantir a segurança de todos”.
Há dois anos em atividade, o Elegância já está retomando os eventos, cumprindo os decretos, respeitando as medidas de segurança como distanciamento entre as pessoas, uso de máscaras, luvas e álcool em gel. “Já estamos com vários agendamentos, aos poucos tudo vai voltando ao normal”, comentou Carlos.
Texto: Maurenn com colaboração de Katty Ferreira
Publicado na edição 1280 – 23/09/2021