Desde a confirmação de um foco de influenza aviária no Rio Grande do Sul, em 16 de maio, a população brasileira tem tido muitas dúvidas sobre a doença e se deve ou não consumir frango e ovos nesse período. Os casos confirmados foram em uma granja avícola de reprodução, em Montenegro, e em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul. É o primeiro caso da doença em aves comerciais do Brasil.

Diante dos questionamentos da população, o governo do Estado reuniu algumas informações importantes, que podem esclarecer muitas dúvidas. A principal delas é com relação ao risco de contaminação para os seres humanos. O risco de infecções pelo vírus da gripe aviária em humanos é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves ou mamíferos infectados, vivos ou mortos. A infecção pode acontecer pelo contato direto ou indireto com aves infectadas, por meio de aerossóis, secreções respiratórias, fezes, fluidos corporais ou superfícies contaminadas. A doença não é transmitida por alimentos bem cozidos ou preparados corretamente e a transmissão entre pessoas é muito limitada.

As pessoas também querem saber se é seguro consumir carne e ovos de aves. O governo afirma que o consumo de carne de aves e ovos armazenados em casa ou em pontos de venda é seguro, já que a doença foi detectada em uma granja voltada para a reprodução. A população pode se manter segura, não havendo qualquer restrição ao seu consumo.

É importante explicar ainda que a vacina contra a gripe sazonal não protege contra a gripe aviária. O imunizante é atualizado todos os anos para proteger contra os principais vírus da gripe que circulam entre humanos, como os tipos A (H1N1 e H3N2) e B. Já a gripe aviária é causada por vírus diferentes, como o H5N1, que normalmente afetam aves e raramente infectam pessoas. Esses vírus não estão incluídos na vacina sazonal, pois são geneticamente diferentes e circulam principalmente entre aves. Apesar disso, a vacinação contra a gripe sazonal continua sendo importante, pois previne internações e mortes causadas pelos vírus que mais afetam a população.

Entre os principais sintomas apresentados nas aves estão alta mortalidade, dificuldade respiratória, torcicolo e falta de coordenação, crista e barbela inchadas e roxas, secreção nasal e ocular, espirros, dificuldade de locomoção e diarreia. Todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria de Agricultura de cada município.

AÇÃO ABRANGENTE

Em Araucária, a Secretaria Municipal de Agricultura explica que mantém as orientações rotineiras que já vinham sendo repassadas aos produtores registrados no Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Sobre a gripe aviária, a SMAG disse que está preparando uma ação específica para que, nos próximos dias, as orientações cheguem a um público mais amplo. “A ideia é prestar orientação correta e esclarecimento aos produtores para reforçar as práticas corretas, prezando sempre pela prevenção.”, destaca a secretaria. Apesar do medo e das incertezas que a situação criou entre os brasileiros, na segunda-feira (19), o Ministério da Agricultura deu uma notícia que tranquilizou a população. O Brasil precisa de 28 dias, e se não registrar nenhum novo caso de gripe aviária nesse período, será considerado livre do vírus. Esse prazo corresponde ao ciclo do vírus H5N1. Passados esses dias sem novas ocorrências, o país poderá retomar as exportações de frango.

Segundo a Secretaria de Estado da Agricultura (SEAB), o Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango do Brasil e, por isso, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), informou que mantém protocolos rigorosos de biosseguridade.

A agência emitiu uma nota reforçando as recomendações aos produtores, que envolvem a verificação das telas para evitar a entrada de outros animais nas granjas, restrição de entrada e desinfecção dos solados de sapatos, roupas e veículos, e caminhos de notificação, entre outros.

Edição n.º 1466.