Aumento nos combustíveis trouxe impactos negativos para consumidores e donos de postos

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Quando a Petrobras anuncia um reajuste nos preços dos combustíveis, começa todo um processo, primeiro a estatal repassa o novo valor para as distribuidoras, que por sua vez, repassam para os postos de combustíveis que aí transfere para a bomba do consumidor. Na sexta-feira, 17 de junho, esse “efeito dominó” foi colocado em prática mais uma vez e teve reclamações de motoristas e até protesto por parte do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná (Paranapetro). Segundo a entidade, as distribuidoras de combustíveis repassaram aos postos aumentos superiores aos anunciados pela Petrobras. Uma denúncia foi encaminhada ao Procon pelo Paranapetro.

O último reajuste no preço dos combustíveis foi há três meses, e desta vez o aumento foi de 5,2%. Para a gasolina, os consumidores terão que desembolsar R$ 0,20 centavos a mais por litro (antes o litro custava em média R$ 7,40 e agora está na média de R$ 7,60). Já o Diesel, há um mês e meio sem aumento, teve alta de 14,2%. Nas bombas, o aumento foi de cerca de R$ 0,70.

O administrador do Posto Cristal, Eliel Rodrigues dos Santos, disse que como sempre, os aumentos nos combustíveis trazem muitos impactos. “Esses aumentos seguidos trazem um transtorno enorme para nós, principalmente com a perda de lucratividade.   Pare efeitos de comparação, o consumidor que antes enchia o tanque, com o aumento passa a colocar apenas o combustível necessário. Além disso, os postos precisam injetar muito mais capital de giro para tocar o negócio”, disse o empresário.

Ele lembrou ainda que antigamente, sempre que os combustíveis aumentavam, o posto procurava manter o preço mais baixo por alguns dias porque tinha um certo estoque. Hoje, isso já se tornou mais difícil. “Ainda assim, sempre que tem aumento eu tento segurar o preço antigo até o final do dia ou até o dia seguinte ao reajuste, para atrair os consumidores. Mas quando há um impacto alto de volume, em termos de porcentagem de aumento, a gente tem que repassar de imediato”, explicou.   

A reportagem do Jornal O Popular foi até um posto de combustíveis da cidade para conversar com alguns motoristas e saber os impactos que esse aumento trouxe nas suas rotinas.

“Para nós esse aumento recorrente é abusivo, a gente sofre bastante com isso. Eu ainda não fiz as contas de quanto aumentou minha despesa, mas meu gasto mensal é na faixa dos 500 reais e agora tudo que a gente puder fazer na minha família para diminuir o custo vai ser feito”, reclamou uma motorista.

Marcio, morador do Jardim Iguaçu

“Eu acho que esse aumento já ultrapassou os limites, pois falaram que ia baixar um pouco e só aumentou. Cada vez está ficando pior, principalmente para os caminhoneiros que dependem do diesel para poder trabalhar. Eu gasto em média 400 reais por mês com gasolina e como trabalho muito longe de casa não compensaria deixar de utilizar meu automóvel. Mas tenho um filho que mora em Araucária e trabalha em Curitiba, ele ia de carro para o trabalho, rachando a gasolina com mais três colegas, hoje ele está indo trabalhar de ônibus devido a esse aumento no valor da gasolina”.

Gabriel, morador do Sítio Cercado (Curitiba)

“Bom não está, eu gasto 300 reais por semana com gasolina e creio que agora vai para uns 500. Para economizar, estou utilizando mais a minha moto, que é mais econômica e só opto pelo carro quando está muito frio”.

Edson, morador do jardim Tropical

“Eu não tenho que falar nada, pois são eles (Petrobras) que definem o aumento e o consumidor só paga. Gasto entre 600 a 700 reais por mês com gasolina, pois não paro por conta do meu trabalho e não tenho outra opção a não ser pagar e usar”.

Cleverson, morador do Campo de Santana (Curitiba)

“É horrível o aumento na gasolina, tem coisas sendo discutidas, mas não conseguem aprovar nada e a gente não é beneficiado em nenhum momento com isso. Sou motoboy e gasto 1.400 reais por mês com gasolina, por conta do meu trabalho, e com o aumento a despesa mensal vai subir de 120 a 150 reais”.

Texto: Maurenn Bernardo

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