Racismo contra doceira araucariense será investigado

Facebook
LinkedIn
WhatsApp
Telegram
Email

Racismo contra doceira araucariense será investigado
O caso da doceira araucariense Janete Martins, 44 anos, moradora do bairro Costeira, que foi vítima de preconceito racial, tomou conta das redes sociais e virou caso de polícia. No dia 8 de fevereiro ela recebeu a visita de uma mulher que teria ido até sua casa fazer uma encomenda, mas quando esta viu que ela era negra, foi embora. “Sou doceira há oito anos e esta foi a primeira vez que sofri este tipo de preconceito. Essa mulher veio até minha casa e quando a atendi, perguntou se eu era a proprietária. Respondi que sim e foi quando ela me olhou dos pés a cabeça e comentou que uma amiga tinha me indicado, mas que esta amiga não mencionou que eu era de cor. Ela entrou no carro e foi embora. Fiquei sem chão, sem saber o que fazer na hora e meus olhos se encheram d’água”, disse Janete.

Se não bastasse a atitude racista da suposta cliente, na sexta-feira, dia 17, Janete acordou com outra triste surpresa. Um bilhete na sua caixa de correspondências a deixou chocada. O conteúdo: “Passei aqui na sua casa só para deixar um recadinho, ‘fada dos doces’ como tem gente sínico, você sabe que a maioria das pessoas branca, não gostam de gente de cor como você, pena que poucas tem coragem que tenho, a maioria dis não ser racista, a verdade é que nem um branco da o mesmo valor a uma pessoa de cor. Você nunca vai ganhar como um branco, nunca terá o mesmo valor de um branco, nunca será recebida igual uma de nós branca, tenho um conselho para você. Aceita que é melhor você nunca será igual nos branco, carrega no sangue o DNA de um escravo e sempre será tratado como tal…”

Viralizou

Racismo contra doceira araucariense será investigado
Janete não esperava receber o apoio de tantas pessoas

Após o recebimento do bilhete racista, a filha de Janete postou nas redes sociais o preconceito sofrido pela mãe. O bilhete viralizou e Janete espera que tudo isso possa servir de exemplo para que outras pessoas vítimas de preconceito não fiquem caladas. “Depois da publicação, muitas pessoas estão me procurando, não apenas de Araucária, mas de vários cantos do país, pra me dar apoio”, contou a doceira.

Janete e a filha registraram um boletim de ocorrência e o caso será investigado. O caso também foi parar no Ministério Público e a pessoa que cometeu o crime poderá ser procurada para responder na justiça.

Representantes do movimento negro em Araucária repudiaram o preconceito sofrido pela doceira Janete e já discutem a possibilidade de organizar um ato como forma de protesto e solidariedade a araucariense.

Texto: Maurenn Bernardo / Fotos: DIVULGAÇÃO

Compartilhar
PUBLICIDADE