Nossa Senhora dos Remédios: conheça a história da padroeira de Araucária!

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Quem é católico certamente é devoto, mas quem não é, provavelmente também a reverencia. Nossa Senhora dos Remédios, padroeira de Araucária, cujo dia é comemorado neste 30 de outubro, feriado municipal conforme a Lei 1.752/2007, iniciou sua cronologia com o Município em 28/02/1855, quando foi oficialmente criada a paróquia com seu nome, sendo hoje a 5ª mais antiga do Brasil com este título. Atualmente existem em todo o País 34 Paróquias dedicadas à Nossa Senhora dos Remédios, de acordo com o Anuário Católico 2008/2010.

E é a história da paróquia, que nominada Nossa Senhora dos Remédios, que vamos contar a seguir. Tudo começa em 1793, quando surge em Araucária a primeira capelinha em honra a Nossa Senhora da Luz de Tindiquera, que em 1837 recebe o título de Capela Curada. No dia 20/03/1842 a capela passa a se chamar Nossa Senhora dos Remédios de Yguassu. O primeiro sacerdote a residir em Araucária, em 1844, foi o padre espanhol Manoel José Cabesas de Castro.

Em 1855, data já mencionada sobre a criação oficial da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios de Yguassu, toma posse o primeiro vigário interino, Pe. Isaías Ribeiro de Andrade e Silva. Em 1867 tem início a segunda reconstrução da igreja, por intermédio do padre João Guerra. Foi concluída em 1903, já na gestão do padre José Anusz e do seu sucessor, Monsenhor José Norch.

Em 1882, acontece a Primeira Crisma, com a primeira visita Pastoral em Araucária de D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo de São Paulo. No período de 1891 a 1904, o padre polonês Francisco José Soja é nomeado vigário para atender a colônia polonesa, dando início a terceira reconstrução da Igreja.

Concessão aos Vicentinos

A primeira festa de Nossa Senhora dos Remédios ocorreu no dia 22/10/1904. E no dia 11/06/1941, ocorre a concessão da Paróquia Nossa Senhora dos Remédios aos padres Vicentinos – Congregação da Missão, e toma posse o primeiro Vigário Pe. Afonso Paszkiewicz C. M (1941 – 1951).

Em 1942, com o padre Afonso, a matriz recebeu novos sinos para a torre, harmônio de dois teclados, pintura externa e nova pia batismal. Mais tarde, ainda na sua gestão, foi construída uma ampla casa paroquial.

Em 1954, o Padre João Palka C. M, inicia a quarta reconstrução da Igreja Matriz, que é concluída pelo padre Francisco Wierzba C. M em 1959, esta foi a última grande obra que traz as características arquitetônicas do templo atual. Alexandre Mikosz, pedreiro que participou da construção da atual Igreja Matriz, revelou que a obra levou 12 anos para ser concluída, levando-se em conta todo o acabamento.

Em 27/05/2011, a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios foi declarada de utilidade pública através da Lei 2.340/2011, publicada no Diário Oficial do Município de Araucária.

De Paróquia à Santuário

No dia 30/10/2011, a Paróquia Nossa Senhora dos Remédios foi elevada à Santuário. Tal honra se deu em função da expressiva devoção dos fiéis católicos de Araucária e o profícuo trabalho dos párocos e membros da comunidade pastoral.

O Código de Direito Canônico dá grande importância ao Santuário, como local privilegiado da prática e devoção religiosa popular. Assim, sua finalidade é acolher os fiéis católicos da cidade e romeiros devotos vindos de todas as partes para cultuar o Deus Trino, a Virgem Maria e todos os santos e, especialmente, render louvores à grande padroeira Nossa Senhora dos Remédios.

Ao longo dos seus 168 anos, é praticamente impossível para o Santuário contabilizar o número de casamentos e de batizados que já foram celebrados. Esse número incalculável também se estende às missas e demais celebrações religiosas.

Devoção à Padroeira

A devoção a Nossa Senhora, sob o título dos Remédios (ou Bom Remédio, do Remédio), começou com São João de Matha, fundador na Ordem da Santíssima Trindade, e morto em Roma em 17 de dezembro de 1213. Com o objetivo de resgatar os cristãos escravizados na África e no Oriente Médio, São João da Mata e São Felix de Valois fundaram em 1198 a Ordem Hospitalar da Santíssima Trindade. Precisavam, para isso, de vultosas somas em dinheiro. Recorreram, então, ao auxílio de Maria Santíssima, o remédio para todas as necessidades que encontramos na vida. Foram abundantemente atendidos e conseguiram libertar da escravidão milhares de irmãos na fé.

Na linguagem medieval, os verbos “redímere” e “remediare” e os substantivos “redémptio” e “remédium”, tinham um significado similar: redimir, resgatar, resgate, remédio (com o sentido de salvação, libertação). Isto explica porque, nos escritos dos séculos XVI e XVII, são concedidos à padroeira os três títulos: “do Remédio”, “do Resgate”, “da Libertação”.

A representação mais antiga hoje conservada é uma imagem românica, que pertenceu à primeira casa dos trinitários em Marselha: a Virgem está sentada, com o Menino no braço esquerdo e com a bolsa de dinheiro no direito. A bolsa faz alusão, como relatam muitos biógrafos, à aparição e ao socorro dado por Nossa Senhora a São João de Matha, em Túnis e em Valência (Espanha). São João de Matha estava sendo atormentado pelos muçulmanos que exigiam o preço duplicado por escravos já resgatados, sob ameaça de reconduzi-los em prisão. Tendo-lhe suplicado fervorosamente como Mãe do Bom Remédio, foi por Ela miraculosamente provido.

No Brasil, Nossa Senhora do Bom Remédio é mais conhecida com o título de “Nossa Senhora dos Remédios”. Os frades Trinitários, com suas Confrarias e os devotos, se empenhavam na difusão de suas devoções específicas e assim trouxeram para o País o culto da Virgem dos Remédios, em honra da qual ergueram capelas em várias províncias do Nordeste (Maranhão, Pernambuco e Bahia) e nas regiões barrocas de Minas Gerais.

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