Os casos de síndrome respiratória aguda grave estão aumentando em todo o país, e muitos estados e cidades já decretaram situação de emergência. A síndrome abrange casos gripais em que há comprometimento da respiração e costuma levar à hospitalização. Pode ser causada por vírus como os da Influenza A e B e da Covid, além de bactérias e até fungos.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, os registros de atendimentos na UPA Araucária no primeiro quadrimestre de 2025 apontam um aumento significativo no número de casos respiratórios, conforme aponta o Departamento de Urgência e Emergência. Em janeiro, houve 174 atendimentos, já em abril 425 pacientes procuraram a UPA, com um crescimento de aproximadamente 144% dos casos.

Com o inverno se aproximando e a queda das temperaturas, a tendência é de uma elevação ainda maior nos casos de gripe nos próximos meses, colocando a Secretaria de Saúde em estado de alerta para reforçar alguns cuidados. Medidas preventivas essenciais, como a higienização das mãos, a ventilação dos ambientes e a adesão à imunização são práticas que ajudam a reduzir a exposição a agentes causadores de doenças.

A Saúde reforça ainda que as variações climáticas impactam diretamente na saúde respiratória da população, com efeitos mais acentuados entre os grupos de risco, que são mais suscetíveis a complicações. “Embora o Departamento de Urgência e Emergência esteja bem estruturado para atender a essas demandas, esse cenário pode resultar em superlotação, assim como ocorre em outros locais no Estado. Nesse contexto, a atenção da população às medidas de prevenção desempenha um papel essencial na redução dos riscos e na preservação da capacidade de atendimento”, explica a secretaria.

Diante de sintomas respiratórios leves, a recomendação é utilizar máscaras e procurar a Unidade de Saúde mais próxima. Caso haja uma piora dos sintomas (febre alta persistente, falta de ar, respiração acelerada, alteração do nível de consciência), a recomendação é procurar imediatamente a UPA.

Preocupados com bebês e crianças

Para o médico Gabriel Takahara, infectologista da Clínica São Vicente, a bronquiolite, de fato, é uma grande preocupação que os médicos têm principalmente com crianças e bebês recém-nascidos, uma vez que seu processo imunológico ainda está em desenvolvimento, e eles têm uma resposta aos agentes externos patogênicos um pouco subótima. Além disso, a via aérea de um bebê é bem menor, o que faz com que ele fique muito mais suscetível a processos obstrutivos causados por uma hipersecretividade secundária a um processo infeccioso viral.

“Por conta disso, eles fazem um processo inflamatório como resposta a esse agente viral um pouco desregulado e às vezes muito exacerbado. Como eles não conseguem mediar muito bem e o sistema imunológico é ainda um pouco imaturo, a sintomatologia é muito importante, para evitar sequelas e consequências para o resto da vida, como, por exemplo, um comprometimento pulmonar grave. Então, as famílias devem pensar a respeito da vacinação contra o vírus sincicial respiratório (VSR) que é o vírus causador da bronquiolite, para que os bebês e as crianças não venham ter complicações secundárias a essa doença”, orienta.

O médico também dá algumas orientações para evitar novos possíveis casos de bronquiolite

  • Evitar contato com pessoas doentes: A bronquiolite é contagiosa, portanto, evitar contato com pessoas que tenham sintomas gripais é crucial, especialmente para bebês e crianças pequenas.
  • Higiene das mãos: Lave as mãos frequentemente com água e sabão, ou use álcool em gel.
  • Vacinação: A vacinação contra a influenza pode proteger contra a gripe, que pode agravar a bronquiolite.
  • Evitar aglomerações: Reduza a exposição a ambientes fechados e aglomerações, especialmente em ambientes onde há risco de contágio.

Edição n.º 1464.