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Nesta edição, trazemos aos leitores a excelente iniciativa da Delegacia de Polícia Civil de Araucária de promover um mutirão para o cumprimento de mandados de prisão de devedores de pensões alimentícias.

Os mais desatentos podem não enxergar a importância desta ação e, eventualmente, até afirmar que a polícia deveria estar priorizando o cumprimento de mandados de prisão oriundos de ilícitos criminais. Porém, só a mãe (e, numa minoria de casos o pai e outros detentores da guarda de crianças) sabe o prejuízo que a pensão alimentícia atrasada causa no dia a dia do alimentado.

É bom ressaltar, aliás, os vários problemas que a falta do pagamento da pensão eventualmente pode gerar na vida da criança e daquele que ficou com sua guarda. Afinal, se um dos responsáveis pela geração do filho não cumpre com sua obrigação, como é que se custeia as despesas do rebento com alimentação, vestuário, lazer, entre outras coisas? Como é que a mãe explica para o filho que o almoço de hoje não será tão diversificado porque seu pai não pagou a pensão? Como fazer isso, aliás, sem manchar, um pouco que seja, a imagem do genitor? Muito embora a esta altura do campeonato a relação entre pai e filho já não deva ser das melhores.

Do mesmo modo, nunca é bom esquecermos que, até a expedição do mandado de prisão contra um devedor de alimentos, outras várias etapas para que esse cumprisse sua obrigação alimentar foram vencidas. Logo, a medida extrema só é tomada quando não se tem outro jeito mesmo.

É de se destacar também que, infelizmente, o cerceamento da liberdade, acaba sendo a maneira mais eficaz para que o devedor de pensão contumaz cumpra com a obrigação para com o filho que ele gerou.

Nunca é bom esquecermos também que a prisão daquele que não paga a pensão só é possível quando este já não honra sua obri­gação há mais de três meses. Ou seja, o preso não é uma pessoa que, por um imprevisto, deixou de contribuir com a alimentação do seu filho por um dia ou mesmo uma semana.

Outro ponto positivo deste mutirão promovido pela Delegacia de Polícia Civil é o caráter pedagógico da ação, pois ao divulgarmos que a Justiça está em sua cola, aqueles que também estão inadimplentes, mas que ainda não foram alcançados pela prisão talvez criem vergonha na cara e se apressem a honrar suas obrigações alimentares.

Por tudo isso, fica aqui o elogio a ação da polícia e que ela continue nessa toada, até que não haja mais nenhum devedor de pensão atrasada em solo araucariense. Pense nisso e boa leitura.

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