Na semana em que o prefeito Hissam Hussein Dehaini (Cidadania) aderiu ao protocolo de intenções que municípios brasileiros estão idealizando para compra consorciada de vacinas contra a Covid-19, a Câmara de Vereadores de Araucária informou que pretende destinar imediatamente R$ 2 milhões de seu orçamento anual para colaborar na aquisição desses imunizantes.
De acordo com o presidente da Casa, Celso Nicácio (PSD), ele já determinou à direção geral da Câmara que sejam tomadas as providências para adequar o orçamento do legislativo de modo a possibilitar que esses recursos estejam disponíveis ao Executivo o quanto antes. “Sabemos que ainda não é possível que as prefeituras comprem diretamente a vacina, mas queremos colaborar com o prefeito Hissam e já deixar esse dinheiro liberado”, destacou o presidente.
Paralelamente aos procedimentos administrativos para disponibilização desses R$ 2 milhões ao Executivo, Nicácio também explicou que ele e outros seis vereadores estão protocolando um projeto de lei que autoriza o Executivo a, assim que estiver disponível, comprar as vacinas para a população araucariense.
O projeto de lei é assinado, além de Nicácio, pelos vereadores Ben Hur Custódio de Oliveira (Cidadania), Pedrinho da Gazeta (Cidadania), Ricardo Teixeira (PSDB), Vilson Cordeiro (PSL), Irineu Cantador (PSD) e Vagner Chefer (Podemos). “Estamos apresentando este projeto para dar mais segurança à Prefeitura na compra das vacinas”, explicou o presidente. A expectativa é que o projeto seja recepcionado pela Câmara já na próxima sessão legislativa. Em seguida, ele será encaminhado às comissões temáticas e posteriormente retorna ao plenário para votação.
Valores
Embora os municípios brasileiros ainda não possam comprar diretamente dos laboratórios a vacina contra a Covid-19, é possível calcular quanto isso custará aos cofres da Prefeitura se um dia houver essa liberação.
Araucária, por exemplo, tem uma população estimada em 150 mil pessoas e, se fosse comprar a Coronavac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, gastaria mais de R$ 15 milhões com o imunizante.
A conta tem como base o quanto pagou o Ministério da Saúde ao Instituto: R$ 58,20 por dose. Logo, considerando que são necessárias duas doses da vacina para cada pessoa, chegamos ao número R$ 116,40 por habitante. Multiplicando isso por 150 mil temos R$ 17.460.000,00.
Obviamente, a conta acima não levou em conta os araucarienses que já foram vacinados contra a Covid-19 com doses vindas do Governo Federal e nem eventual perda técnica, que são aquelas doses do imunizante que acabam sendo perdidas pelos técnicos quando do preparo para aplicação.
Texto: Waldiclei Barboza
Publicado na edição 1251 – 04/03/2021