Marcelo Isaías Sampaio, o Mestre Canarinho, retornou recentemente de uma turnê pela Europa, onde participou de eventos, vivências, aulas e também apresentou os instrumentos e vestimentas de capoeira que ele confecciona em seu ateliê, como o berimbau. A viagem durou pouco mais de um mês, mas Canarinho teve a oportunidade de trocar experiências com outros profissionais da área de capoeira, e como artesão, apresentou sua arte em outros países.

“Tive a oportunidade de fazer uma conexão de algumas horas no aeroporto de Luanda, em Angola, e posso afirmar que pisar na África foi uma sensação maravilhosa, pois é uma terra sagrada, com um povo receptivo e acolhedor. Foi extraordinário poder conversar com profissionais da área de capoeira que desenvolvem projetos sociais e ainda conhecer um pouco da vestimenta, alimentação e a cultura local”, relata o Mestre.

Em Lisboa, Canarinho elogiou a recepção por parte dos amigos brasileiros e capoeiristas locais. Em seguida, fez passeios enriquecedores por Barcelos, Viana, Famalicão e Porto. “Depois disso, voltamos a Lisboa e fomos conhecer as praias Faro e Algarve e uma cidade na fronteira da Espanha. Lá surgiu o convite para irmos à França, e em Paris pude mostrar meu trabalho de artesão. Conheci a Torre Eiffel, que era um sonho antigo meu, as Pontes Famosas e a Catedral de Notre-Dame”, disse.

No retorno à Lisboa, o Mestre deu aulas para crianças e preparação para atletas. Canarinho ainda teve a oportunidade de visitar lugares incríveis, como os pontos do descobrimento e conhecer toda trajetória da embarcação que veio ao Brasil, além de visitar igrejas e pontos turísticos de Lisboa.

“Fui a Suíça a trabalho e lá conheci Genebra, Lyon e Lausanne, e pude desenvolver aulas com crianças, adolescentes, adultos e profissionais de capoeira. Também conheci o famoso Rolex e os pontos turísticos. Ganhei muitos presentes e tive que trazê-los em bagagem extra”, comemora.

A parte difícil da viagem, segundo Canarinho, foi a dificuldade em tentar se comunicar em diferentes línguas. “Que perrengue! Inglês e francês foi só no básico, ou através de tradutores ou mímicas, isso funcionava bem nos aeroportos ou quando eu precisava comprar alguma coisa.”

Na parte boa da turnê, ele mencionou a fácil adaptação aos fusos horários, alguns com diferença de até 5 horas do Brasil. “Não tem como descrever tudo que vivi em pouco mais de 30 dias. Ampliei minhas vivências e conhecimento cultural nesses países, e isso não tem preço. Fiz amizades e fortaleci outras que já tinha. Fui muito bem recebido em todos os lugares pelos quais passei. Abri portas para um retorno certo ano que vem, em uma turnê maior e com mais trabalhos. Pretendo visitar mais países e cidades para participar de aulas, vivências, workshops de capoeira e instrumentos”, concluiu o Mestre.

Edição n.º 1474.