Carta do Editor: Para que serve um agente de trânsito?
Dos vários cargos que compõe o quadro de servidores públicos do Município de Araucária talvez não haja um que seja tão questionado quanto o de agente de trânsito!
Na estrutura municipal existem 70 vagas para esses profissionais, das quais 49 estão ocupadas. Originalmente a criação do cargo aconteceu para tornar possível a instalação do estacionamento rotativo no Município, isto na gestão compreendida entre 2009 e 2012.
Com o passar dos anos, no entanto, a fiscalização do estacionamento rotativo foi deixada em segundo plano e eles passaram a executar atividades mais – digamos assim – ostensivas nos vários bairros de Araucária. Muitos se comportam como Guarda de Trânsito e talvez até uma – vejam o absurdo – Polícia Rodoviária Municipal. Algo inimaginável na maioria das cidades brasileiras, mas que em nossa cidade acontece.
Semanalmente são vários os relatos de abordagens feitas pelos agentes que vão na contramão da urbanidade. Não raramente eles saem pelas ruas de Araucária desembestados perseguindo, principalmente motoqueiros, que – em tese – infringiram as leis de trânsito. Com essa atitude camicase colocam em risco as próprias vidas, as dos seus alvos motoqueiros e de todo e qualquer cidadão que tiver trafegando pelas vias araucarienses neste momento.
Constantemente também são vários os relatos de autos de infração lavrados por esses agentes que afrontam o bom senso e que fazem crer que Araucária é uma metrópole do tamanho de São Paulo e não uma cidade de pouco mais de 150 mil habitantes. Por outra banda, também são vários os relatos de que quando acionados em situações de acidente para orientar o trânsito eles simplesmente não aparecem.
São tantas e tantas as reclamações feitas contra esse setor que as conclusões possíveis são apenas duas: ou o grosso da população araucariense está errada ou esse pequeno grupo de agentes está fora de controle.
Diante desse quadro é urgente que providências sejam tomadas. É preciso repensar a filosofia de trabalho desse setor. Concentrar sua atuação na educação de trânsito, principalmente no entorno de escolas. Mexer em suas escalas de trabalho, para que estejam nas ruas somente no horário comercial e de segunda a sexta-feira, que é quando o grosso do trânsito está em movimento. Abolir o uso dos chamados radares móveis. Proibir que agentes façam perseguições pelas ruas da cidade, acionando a
Guarda Municipal ou a Polícia Militar quando o caso assim requerer. São medidas simples, mas necessárias diante de um problema que se tornou generalizado quanto o assunto é o Departamento de Trânsito.
Edição n.º 1467.