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Caso Morgana Truber: Justiça manda Lec a júri popular
Lec conduzia a BMW que se envolveu em um gravíssimo acidente, resultando na morte de Morgana. Foto: divulgação

Lecsandro (Lec) Emílio da Silva Soares, que dirigia o carro que se envolveu em um acidente no dia 10 de fevereiro de 2021, no Contorno Sul, em Curitiba, resultando na morte de Morgana Truber, gerente do Banco Santander de Araucária, vai a júri popular. Lec chegou a ser preso dois dias após o acidente, em 12 de fevereiro de 2021, mas foi solto no dia 26 deste mesmo mês, por força de uma decisão do juiz Daniel Surdi de Avelar, da 2ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, que atendeu um pedido da sua defesa, sob alegação de que após duas semanas da sua prisão, o Ministério Público ainda não havia oferecido denúncia contra seu cliente. Lec foi denunciado pelo MP em 5 de abril de 2021. O promotor responsável pelo caso pediu que ele fosse a júri popular.

A sentença de pronúncia, que é quando a Justiça decide se há indícios para júri popular, foi proferida pelo Juiz Daniel Surdi de Avelar no dia 11 de janeiro passado. Nela, ele aponta que “percebe-se a presença de indícios probatórios suficientes a se encaminhar o feito ao julgamento do Conselho de Sentença”. O magistrado entendeu que existe a prova da materialidade do fato e indícios suficientes da autoria, sendo assim, Lec será submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri pela suposta prática do homicídio consumado da vítima Morgana Truber. Ainda conforme o despacho, a Justiça entendeu que o réu Lecsandro Emilio da Silva Soares, em seu interrogatório prestado em Juízo, não negou a prática do fato, admitindo ter causado o acidente que resultou na morte de sua namorada Morgana. Disse ter bebido cervejas naquela noite em uma distribuidora de bebidas e depois ter vindo para Curitiba. Assumiu que, no retorno para casa, dirigia acima do limite de velocidade, aproximadamente a 130Km/h e admitiu, ainda, que sua carteira de habilitação estava cassada na oportunidade e que mentiu em seu depoimento extrajudicial ao afirmar que Morgana era quem estaria dirigindo.

Sobre o momento do acidente e suas causas, afirmou que, além da bebida, tentou fazer uma ultrapassagem pela pista da direita, porém havia um caminhão e então tentou retornar para a pista da esquerda, quando acabou colidindo com um veículo Audi. Esclareceu que tentou retornar para a pista da esquerda na frente do veículo Audi, freou e acabou batendo. Disse ter ciência de que o correto pelas leis de trânsito seria ele esperar o veículo Audi ir para a pista da direita para seguir em frente. Afirmou que a vítima Morgana usava o cinto de segurança e que tentou acordá-la, pois acreditava que ela estava apenas desmaiada.

Os advogados de Lec não concordaram com a decisão de mandá-lo a júri popular e recorreram da sentença de pronúncia. O recurso impetrado ainda não foi julgado.

Relembre o acidente

O acidente que tirou a vida de Morgana Truber aconteceu no dia 10 de fevereiro de 2021, no trecho do Contorno Sul que fica no Cidade Industrial de Curitiba. Na ocisão, testemunhas disseram que a BMW dirigida por Lecsandro Emílio da Silva Soares seguia no sentido Araucária do Contorno Sul, quando ele teria se perdido, atravessado o canteiro central, invadido a pista oposta e despencado no desnível da rodovia. O carro capotou e caiu com as rodas pra cima na Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, que é a marginal da BR. Morgana morreu na hora.

Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o namorado da vítima, Lecsandro, não sofreu ferimentos e disse que quem dirigia o veículo era ela. Ele foi submetido ao teste do bafômetro, que apontou 0,51 mg/L de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. Diante da condição de embriaguez que apresentava no dia do acidente, ele foi conduzido à Delegacia de Polícia.

Publicado na edição 1299 – 17/02/2022

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